Exportação mineral do Pará cresceu 43% em 2008
26/02/09
O Pará exportou o equivalente a US$ 9 bilhões em produção mineral no ano passado, um crescimento de 43% em relação a 2007. Na Amazônia Legal, o crescimento das exportações foi de 39%, graças principalmente à participação da indústria mineral paraense. É o que mostra o segundo levantamento da Balança Comercial Mineral da Amazônia 2008, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). O primeiro levantamento dos indicadores do setor mineral ocorreu em outubro de 2008, referente ao período de janeiro a agosto do mesmo ano. Leia a seguir mais detalhes, na notícia da assessoria de imprensa do IBRAM. O saldo da industria mineral paraense é positivo pelo fato de que de janeiro a setembro do ano passado as cotações das commodities minerais ainda não tinham sido drasticamente afetadas pela queda da demanda internacional. ?Entretanto, em um segundo período, a partir do agravamento da crise em setembro, observou-se uma onda de incerteza no mercado financeiro mundial, culminando em um efeito em cadeia em que a retração no crédito originou uma queda na demanda internacional e, consequentemente, nas cotações das commodities minerais?, explica Paulo Camillo Penna, presidente do IBRAM. De acordo com o relatório da Balança Comercial Mineral da Amazônia 2008, o agravamento da crise mundial em setembro impactou um pouco nos números da exportação mineral do último trimestre de 2008, mas não o suficiente para afetar o bom desempenho do ano inteiro. ?O fato é que os totais anuais mostram 2008 como um ano em que a exportação mineral paraense cresceu 43%?, reforça o presidente do IBRAM. No ranking nacional, o Pará é o segundo estado em produção e exportação mineral, atrás de Minas Gerais, que atualmente é o maior produtor e exportador brasileiro de minérios. Em 2008, a indústria extrativa de Minas Gerais registrou 7 bilhões de dólares e a de transformação mineral, 8 bilhões de dólares. No Pará, a indústria extrativa registrou 5,6 bilhões de dólares e a de transformação mineral, 3,4 bilhões de dólares em exportações. Na lista de minérios exportados pelo Pará, o ferro aparece em primeiro lugar e foi responsável por movimentar 4 bilhões de dólares em 2008. A exportação do minério de ferro representa 71% da exportação extrativo mineral da Amazônia Legal. Os outros minérios são, em ordem de exportação, cobre, manganês, caulim e bauxita. Os principais destinos foram China, Japão, Alemanha, Coréia do Sul, Bulgária, França, Chipre, Bélgica, Estados Unidos, Finlândia, Canadá e Irlanda. A valorização das cotações internacionais dos minérios, que já vinha ocorrendo desde 2007, foi o principal motivo para os números positivos de 2008. Não obstante, em toneladas exportadas, também houve crescimento. O Brasil exportou 296 milhões de toneladas de minério em 2008, número este 4% superior ao de 2007. Na Amazônia, o crescimento foi maior e chegou a 8%, refletindo um salto de 90 para 97 milhões de toneladas exportadas de um ano para outro. No Pará, o salto também foi de 8%, passando de 83 para 90 milhões de toneladas exportadas. Cabe ressaltar a importância da indústria mineral na pauta de exportações do Brasil. A indústria extrativa, juntamente com a de transformação mineral, representaram 22% do total das exportações brasileiras no último ano. Na Amazônia, a indústria extrativa e a de transformação mineral representaram 49% das divisas obtidas com as exportações de toda a Região. Tanto para o Brasil, quanto para a Amazônia, a indústria mineral contribuiu com saldos comerciais superavitários. No Brasil, só o saldo mineral foi equivalente a 93% do saldo positivo total nacional em 2008. Na Amazônia, o saldo mineral chega a ser maior do que o saldo positivo total da Região, fato este que ocorre em decorrência dos déficits comerciais gerados em outros segmentos produtivos. Momento atual é de incerteza, diz Simineral Sobre o impacto da crise na Balança Comercial Mineral em 2009, o presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), Engênio Victorasso, diz que o momento é de incerteza e que seria prematuro prever o desempenho da indústria mineral no Pará. Entretanto, diz que neste primeiro trimestre, a expectativa é que os resultados sejam menos favoráveis que a média de 2008. O presidente do Simineral diz que por conta dos impactos da crise, as empresas do setor adotaram medidas de ajustes para se adequarem ao mercado até o reaquecimento da economia. Engênio Victorasso diz que essa não é a primeira e nem a última crise enfrentada pelo setor. Devemos encará-la como uma oportunidade. Para tanto, as empresas devem se adequar para poderem atender a demanda mundial quando do reaquecimento da economia, visto que, em algum momento a crise será superada e o setor voltará a crescer. Acreditamos que ações adotadas pelos governos de vários países propiciarão um aumento da demanda por bens minerais e, consequentemente, o setor voltará à normalidade. No caso do Pará, Victorasso diz que os governos do Estado e Federal têm papel importante para minimizar os efeitos da crise, por conta dos investimentos anunciados em projetos de infraestrutura como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e outros, cujas obras vão garantir a empregabilidade da mão de obra. Além disso, os governos podem contribuir para a implantação de novos projetos, principalmente, atuando na agilização dos processos de licenciamento ambiental. Se por um lado temos a crise, por outro vislumbramos uma grande janela de oportunidades para alavancar novos negócios no Estado.
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