Exploração de urânio pode criar 30 mil empregos
24/03/08
Defensor da exploração nacional de urânio, Paulo Fontana, ex-presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral e atual titular da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, afirma que o Nordeste poderia receber grandes investimentos, já que possui duas reservas importantes do minério no Ceará, em Santa Quitéria, e na Bahia, na localidade de Caitité. Na avaliação de Fontana, a exploração de urânio permitiria a geração inicial de 30 mil empregos. De acordo com ele, para que este processo possa ser iniciado, seria preciso flexibilizar as exportações do yellow cake, que corresponde hoje a apenas 350 toneladas por ano, é enviado ao Canadá para beneficiamento e volta para as usinas de Angra I e Angra II. `Não precisaríamos nem oferecer incentivos fiscais e os estados e muncípios ganhariam royalties das empresas exploradora“, afirma.
Fontana revela que se propôs a contribuir com um grupo interministerial de estudos que a ministra Dilma Rousseff pretende instalar no segundo semestre para tratar da flexibilização da legislação nacional. Segundo Fontana, o yellow cake do urânio 235, que custa cerca de US$ 200 o quilo, e é o único `fissio` capaz de desencadear a reação nuclear, pode ser produzido em larga escala no Brasil e, em curto prazo, viabilizar a exportação de 2 mil toneladas por ano. Com 465 reatores nucleares e 250 em fase de projeto e execução, sendo 50 deles na China, o mundo teria uma déficit de yellow cake da ordem de 20 mil toneladas em 2020.
O Brasil tem 33 pontos de exploração de urânio identificados. O urânio hoje funciona como combustível para os reatores nucleares mas, em 2080, poderá ser substituído pelo hidrogênio. `Vamos perder um período em que poderíamos faturar com nossas jazidas`, afirma. `Com a flexibilização, a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) poderia ser a reguladora da atividade de exploração do minério`, assinala.
Gazeta Mercantil