10/04/08

A empresa que vai explorar fosfato na jazida de Santa Quitéria (Itataia) será anunciada até o fim deste mês e a exploração deve começar até maio do próximo ano. Três empresas estão na disputa: Vale, Bunge Brasil e Galvani, sendo as duas últimas do ramo de fertilizantes. A informação é do engenheiro químico das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Luís Felipe da Silva.”Nossa expectativa era terminar a negociação em março, mas não foi possível. Estamos na fase final e, após a definição, vamos discutir a implementação do projeto que deverá acontecer em até um ano”, afirma o engenheiro químico. De acordo com ele, a capacidade mínima de produção de Itataia é de 120 mil toneladas de fosfato e de 800 mil toneladas de urânio. A exploração da jazida será feita em parceria com INB, que é responsável pela retirada de urânio, cujo destino será a usina nuclear Angra 3.A proximidade da implantação do projeto em Itataia contribuiu para a instalação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva Mineral, que acontece hoje na sede da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). “A Câmara será um fórum com dois objetivos: identificar as dificuldades do setor para que o governo possa corrigi-las e para que o setor privado possa superá-las; colher informações e propostas para que o governo possa transformá-las em políticas públicas para desenvolver o setor”, explica o diretor de Desenvolvimento Setorial da Adece, Eduardo Diogo. A Câmara da Cadeia Produtiva Mineral é a primeira a ser instalada pela Adece, mas já estão previstas em outras seis áreas: cerâmica, flores, fruticultura e leite, em maio, e tecnologia da informação e comércio, em junho. “Também está sendo estudada a implantação de um Terminal Intermodal de Cargas na zona norte do Estado, no município de Sobral. O terminal vai escoar a produção de Itataia e de flores da Serra da Ibiapaba. Por enquanto ainda não há orçamento definido e os estudos também vão mostrar como deve ser o formato de administração”, acrescenta o diretor da Adece.Atualmente, as principais fontes minerais do Ceará são água mineral, areia e cascalho, argilas comuns e plásticas, calcário, cobre, columbita, diatomita, feldspato, ferro, gás natural, gemas, gnaisse, granito ornamental, lepidolita, magnesita, mármore, mica, pedras britadas, petróleo, quatzo, sal marinho, rocha fosfática e urânio. “O setor mineral cearense guarda surpresas para nós. Há pouco tempo não se imaginava que iríamos produzir minério de ferro e isso vai acontecer entre as zonas norte e oeste do Estado”, revela Diogo.

O Povo – CE