Exclusiva: CNEC se prepara p/conquistar espaço em mineração e metais
02/02/09
A Consolidada no segmento de energia, no qual detém 60% de participação de mercado no desenvolvimento de projetos de geração, a CNEC Engenharia, empresa da Camargo Corrêa, tem planos para crescer em outros segmentos. A companhia, que aproveitou a janela de oportunidade proporcionada pela expansão da indústria de petróleo para crescer no setor de óleo & gás, agora foca a sua estratégia na expansão da atividade de mineração e metais. “Hoje, não temos nem 5% deste mercado. Portanto, temos muito espaço para crescer no setor de mineração”, afirma o diretor-superintendente da CNEC Engenharia, José Ayres Campos. Em 2008, a atividade de mineração foi responsável por 30% do faturamento de R$ 227 milhões da CNEC. Os setores de óleo & gás e energia contribuíram, cada um, com 30% do resultado da companhia. Os 10% restantes vieram da área ambiental. “Cerca de 60% do nosso faturamento veio de áreas em que a CNEC é pouco conhecida”, ressalta Ayres Campos, reforçando a posição de que a empresa não quer ser apenas reconhecida pelo mercado pela experiência em estudos ambientais e no desenvolvimento de novas hidrelétricas. A companhia atua em mineração desde 1974, mas apenas há pouco o setor ganhou enfoque prioritário. Para 2009, Ayres Campos projeta que o faturamento da CNEC irá recuar para algo próximo a R$ 200 milhões. Desse volume, o executivo prevê que o setor de mineração responderá por apenas 10% – o setor de óleo & gás deve representar 45% do resultado do ano, o segmento de energia, 35%, e a área ambiental, 10%. “O mercado de mineração sofreu um desaquecimento neste momento de crise”, avalia o executivo. Neste momento de baixa, a CNEC Engenharia planeja investir na contratação de pessoas com experiência no setor. “Vamos no capacitar para aproveitar a próxima onda de crescimento do mercado”, acrescenta. O executivo prevê que, a partir de 2011, o cenário para o setor de mineração será mais favorável, repercutindo positivamente para as empresas de engenharia. “Dentro desse cenário de retomada em 2011, acreditamos que os estudos de projetos de expansão mais imediatos deverão seguir em frente no período. Por isso, a área de engenharia deverá ser menos afetada”, avalia Ayres Campos. A CNEC tem entre seus principais clientes a Alcoa, para quem realizou estudos de viabilidade de uma mina de bauxita em Juriti (PA) e no Suriname e o EPCM (engenharia, suprimento, gerenciamento de construção e montagem) para a expansão da Alumar, e a Vale, para quem já desenvolveu o trabalho de gerenciamento da ampliação da unidade de Carajás (PA) e elaborou o estudo de uma ferrovia no projeto Serra Sul. Na área de óleo & gás, a principal cliente da companhia é a Petrobras. “O mercado de óleo & gás é bastante pulverizado, e a lista da Petrobras tem mais de 100 empresas fornecedoras de serviços. Porém, no ranking da estatal, a CNEC aparece como uma das três melhores empresas de engenharia do País”, afirma o executivo. Hoje, o principal projeto em carteira de óleo & gás da CNEC é o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A companhia, em parceria com australiana Worley Parsons, venceu a concorrência para a execução da etapa de FEED do projeto. “Esse trabalho consiste na verificação de todas as tecnologias empregadas no Comperj, de modo a garantir a compatibilidade dos processos”, explica. A grosso modo, o FEED consiste na análise da consistência do projeto básico, para corrigir as falhas de concepção, e na elaboração do detalhamento técnico do empreendimento. Segundo Ayres Campos, o contrato firmado entre a Petrobras e a CNEC prevê que esta etapa seja concluída ainda este ano, o que permitiria que a estatal lançasse os editais de licitação para a construção do Comperj em 2009 – pelo plano estratégico 2009-13 da Petrobras, a primeira geração do Comperj, que produzirá, entre outros insumos, diesel e gasolina, deverá entrar em operação comercial em 2012. Além dos segmentos de mineração e óleo & gás, outro setor que a companhia começa a olhar com grande interesse é a área de logística, principalmente a de portos. “Um mercado que apresenta grande potencial é o portuário, com a privatização dos portos”, avalia o executivo.
Fonte: Dow Jones
Agência Estado