Mineração é indispensável para a vida moderna
08/06/17

Presidente do Conselho Diretor do IBRAM e executivo da Vale, Clovis Torres Junior – Crédito : Adriano Machado
Ao comemorar 40 anos de existência o IBRAM reforça seu compromisso com a mineração empresarial e também com a sociedade brasileira. Qual a importância das atividades desempenhadas pelo Instituto ao longo desses 40 anos?
Clovis: Nesses 40 anos, o IBRAM e os que o fundaram e o administram, e também os que participam de suas iniciativas, bem como os que enxergam e aproveitam as oportunidades abertas pelo Instituto, realizaram, certamente, os maiores esforços já empregados neste País para que a mineração brasileira evoluísse para uma das mais competitivas e sustentáveis do planeta.
Este intervalo de 40 anos é, certamente, o mais importante da história da mineração desde os anos 1500. São 40 anos de júbilo, após muitas batalhas contra o preconceito relacionado à nossa atividade empresarial, ainda incompreendida pela maior parte da sociedade.
Como presidente do Conselho Diretor do IBRAM, qual a sua avaliação em relação ao desempenho do setor mineral em 2016?
Clovis: A indústria da mineração seguiu seu curso, ampliou e diversificou a produção em minérios importantes que contribuem positivamente para o saldo comercial brasileiro, isso em razão das divisas geradas pelas exportações dos excedentes. Mesmo com as adversidades econômicas, como a flutuação dos preços internacionais, a indústria mineral brasileira chegou ao final de 2016 com as esperanças renovadas para investir em inovação e multiplicar seus negócios e, por conseguinte, suas contribuições para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
E quais são as perspectivas para 2017?
Clovis: Acredito que 2017 será um ano de muitas oportunidades para o setor. Em termos de economia local, temos perspectivas de retomada das obras de infraestrutura, o que sempre demanda uma variedade de minérios e gera mais negócios para a cadeia produtiva de nosso segmento. No plano internacional, há nações que sinalizam fortemente com maior demanda por minérios e os produzidos no Brasil são altamente competitivos.
Há quem desconheça o grau de sustentabilidade da mineração empresarial e, por isso, acredite que essa atividade ainda conte com técnicas rudimentares de décadas atrás, o que prejudicaria o meio ambiente. Na sua opinião, qual o papel do IBRAM para melhorar a reputação da atividade mineraria?
Clovis: Qualquer atividade produtiva causa impactos ao meio ambiente. A urbanização de cidades onde moramos é um exemplo de um amplo conjunto de grandes impactos que provocamos no ambiente para nosso conforto. Em relação ao nosso setor, um dos compromissos do IBRAM é contribuir para consolidar a reputação positiva da mineração empresarial; mostrar com clareza e assertividade à sociedade que sem minérios é impossível termos os benefícios que a tecnologia nos proporciona e a qualidade de vida que almejamos.
Sem mineração não haveria smartphones, não haveria telecomunicação, não haveria automóveis, aviões; nem mesmo seria possível desenvolver equipamentos que salvam vidas de milhões de pessoas, assim como seria impossível a alta produtividade agrícola promovida pelo uso dos fertilizantes. Nos preocupamos sempre em demonstrarmos, na prática, que, para usufruirmos de todos esses benefícios, a indústria da mineração vem investindo imensos volumes de recursos financeiros e humanos em pesquisas para aprimorar suas técnicas de extração e beneficiamento – entre outras – de modo a minimizar continuamente os impactos na natureza.
Precisamos da mineração, isso é fato. A sociedade deve ter este conjunto de informa- ções bem esclarecido para que apoie o desenvolvimento da atividade sustentável no País. E ela precisa conhecer os esforços que as empresas e o IBRAM empreendem para que a atividade seja uma das mais sustentá- veis no ramo industrial.
Um dos principais compromissos do setor mineral brasileiro é o investimento em inovação para aprimorar sua atividade sem abrir mão da melhoria constante das condições de saúde e seguran- ça em suas operações. Na sua análise, o que vem sendo feito pelas empresas para atingir esse objetivo? E como avalia a preocupação dos empresários com a sustentabilidade?
Clovis: O IBRAM conduz programas especiais que seguem nessas direções, dos quais participam as principais mineradoras que atuam no Brasil. Temos, por exemplo, um programa voltado especificamente para promover a saúde e a segurança no ambiente de trabalho que já obteve ótimas conquistas junto às mineradoras e está avançando, disseminando suas mensagens e orientações para mais empresas.
No tocante à sustentabilidade, a indústria mineral brasileira tem plena consciência que há espaço para realizar intervenções positivas no meio ambiente. Os empresários do nosso setor estão bem conscientes de que precisam buscar práticas que gerem menos impacto, o que é algo a ser celebrado.
Sabemos que a tecnologia é uma grande aliada do setor para facilitar e otimizar os sistemas de exploração de minério. Tratando-se especificamente da Vale, o que a empresa faz em relação inovação?
Clovis: A Vale é uma companhia com muitas informações nesse quesito. Uma das mais recentes é a inauguração do Complexo S11D, no município de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, em dezembro de 2016. É um empreendimento que integra produtividade com respeito pelas pessoas e tecnologia com inteligência ambiental. Nessa operação, a Vale utiliza um sistema moderníssimo que não usa caminhões para transportar minérios e reduz muito a utilização de água nos processos produtivos. É uma referência mundial em sustentabilidade.
Qual a importância da interação entre as mineradoras e os outros setores da economia e até mesmo entre as próprias empresas no âmbito do IBRAM?
Clovis: O IBRAM é o fórum em que as mineradoras exercem este papel de interação. O Instituto é formado por acirrados competidores em seus respectivos mercados, inclusive, internacionais, mas que se unem na defesa técnica de interesses e em prol de uma melhor imagem da mineração brasileira.
Os 40 anos do Instituto demonstram que houve pleno êxito na sobreposição das diferenças comerciais entre as empresas, que compõem tanto seu Conselho Diretor quanto o quadro associativo. No ambiente do IBRAM, todas as empresas, juntas, defendem o interesse setorial. Aqui o coletivo impera para todas as ações centralizadas e conduzidas.