Empresas e Ongs se unem para estudo inédito no Pantanal
21/05/07
O Pantanal de Mato Grosso do Sul será objeto de um estudo inédito bancado por Ongs (Organizações Não-Governamentais) e mineradoras. O trabalho, que prevê o desenvolvimento econômico de Corumbá, vai apontar os impactos de futuros empreendimentos industriais na Bacia do Alto Paraguai.O estudo será apresentado nesta terça-feira, dia 22, em Campo Grande para acadêmicos da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). A metodologia é denominada AAE (Avaliação Ambiental Estratégica), considerado um considerado um guia ambiental para a instalação com respeito ao meio ambiente de indústrias pesadas na Capital do Pantanal. A elaboração ficou a cargo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O custo da avaliação, em R$ 1 milhão, será bancado pelas mineradoras. A MMX, Vetorial, Petrobras e MsGás assumiram o custo da AAE. Por parte do terceiro setor o WWF, Conservation International e Ecoa e as fundações Boticário, Avina, Neotrópica e Ecotrópica assinaram.O investimento é considerado um dos pontos principais para o crescimento de Corumbá, cuja decadência econômica começou após metade do século 20. Na avaliação do ambientalista Miguel Milano, o AEE supera enfrentamentos históricos e se coloca em uma nova perspectiva de acordo entre o terceiro setor e os empreendedores.A aproximação de Ongs e mineradoras é apontada como fundamental para encontrar uma saída para a retomada do crescimento de Corumbá, que entrou em decadência econômica após a metade do século 20. A região tem uma das maiores reservas de ferro e manganês do mundo, mas a exploração industrial desse potencial esbarra na necessidade de garantir a proteção do Pantanal, um dos patrimônios da humanidade. O AAE vai pautar o que fazer, hoje e no futuro, para harmonizar os dois lados da questão.Apoio ? Para o coordenador do Projeto Pantanal do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Guilherme, o pacto entre setores ambientalistas e as mineradoras que atuam em Corumbá inova o processo de discussão do desenvolvimento sustentável para a região. ?Envolvendo a sociedade e empreendedores, estamos criando um novo instrumento de discussão saudável de um tema tão polêmico, permitindo não só acelerar o licenciamento ambiental, mas aprimorando projetos industriais com comprometimentos ambientais e sociais?, disse Guilherme. Na opinião de Guilherme, a plataforma reduz o embate jurídico, gera confiabilidade em ambas as partes e torna transparente a discussão dos efeitos e causas de uma indústria desde a fase de projetos.O secretário estadual de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia, Carlos Alberto Negreiros Menezes, compartilha do mesmo raciocínio.?Estamos absolutamente de acordo, o desenvolvimento sustentável é política do Estado?, observou. ?Esse entendimento, a criação de foros para discutir a preservação dos nossos recursos naturais e a exploração, sem frear o desenvolvimento econômico, desarma os espíritos e alcança objetivos que queremos para nosso Estado.?Já o presidente do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração), Paulo Camillo Penna, afirma que a expectativa é que proposta se expande para outras regiões do País, em busca da qualidade de vida e geração de renda.
Campo Grande News