29/10/14

Uma área de escritórios compartilhados voltada para mineradoras e empresas de exploração foi inaugurado no início deste mês em Perth, na Austrália. Os serviços do MineSpace podem ser contratados em uma base diária, semanal, mensal ou anual. No Brasil, há também uma tendência de segmentação dos coworkings.
Coworking é o termo usado para definir um espaço de trabalho compartilhado, que envolve em um mesmo ambiente profissionais de diferentes empresas. O membro de um coworking paga por serviços que vão além da estrutura física do escritório, podendo terceirizar ainda recursos técnicos, secretárias e consultorias diretamente no local.
Adrian Large, co-fundador do MineSpace, afirma que conheceu o conceito de escritórios compartilhados no início deste ano e que, apesar de a ideia ter sido bem recebida, teve de reajustar alguns conceitos.
“O lugar escolhido tem uma ótima localização, mas o problema é que era muito plano, aberto. Portanto, muita gente não gostou do fato de que era possível ver o que todo mundo estava fazendo, pois tinham muitas empresas listadas em bolsa. Foi então que resolvi criar três categorias distintas: hot-desking, partition desks e offices” afirmou Large.
Segundo ele, o MineSpace oferece espaço de escritório para até seis pessoas pelo valor de A$ 20 mil por ano, o equivalente a R$ 43,8 mil, tornando-se uma opção atraente para pequenas e médias mineradoras. O local oferece, além dos escritórios e estações de trabalho, uma ampla recepção, com cafeteria, varanda, sala de treinamento e sala de reuniões.
Outra vantagem para as empresas que contratam o MineSpace é a disponibilidade de um bom software. “O software é realmente caro para empresas start-up e no coworking ele surge com a ideia de um portal, que oferece uma grande quantidade de empresas de exploração e de geociências e a possibilidade de pagamento mensal pelo serviço, ao invés do contrato anual”, disse Large.
Além de gerar economia com espaço e software, o MineSpace pode terceirizar outros serviços, como recepcionistas, contadores e gestão de banco de dados. “São serviços considerados bastante caros que nós podemos fornecer em tempo parcial”, disse Large.
Large afirma ainda que é interessante acompanhar a evolução das empresas. “Você olha por exemplo para uma start-up e, de repente, ela migra da categoria partition desks [mesas compartilhadas] para a de offices [escritórios]. Até chegar ao ponto em que elas precisam partir para seu próprio espaço e montam um escritório?, disse ele.
Segundo a Impact Hub, presente em mais de 60 cidades no mundo, existem diferentes modelos de coworking, e a flexibilidade de pagar apenas pelo que você precisa é a característica comum.
No Brasil, a empresa inaugurou seu primeiro escritório compartilhado em 2006, em São Paulo. A Hub foi um dos primeiros espaços de coworking abertos no país e conta com outra unidade instalada em Belo Horizonte, desde 2010. O primeiro Hub da empresa foi criado em Londres, em 2005.
São mais de 500 clientes da Impact Hub no Brasil, sendo que nem todos utilizam o espaço de coworking, mas contratam outros serviços como programas de consultoria, cursos, comunidades de prática, plataforma virtual, entre outros. ?Mais do que um espaço de coworking, o Impact Hub é uma comunidade global de empreendedores de impacto?, afirma a empresa.
Entre os clientes da Impact Hub, estão profissionais ligados direta ou indiretamente ao setor de mineração. ?Em Belo Horizonte temos um membro que atua com Gestão de Projetos na Vale. Este profissional tem o perfil que caracterizamos como `intraempreendedor`, que é um empreendedor que atua dentro de uma empresa e pode usufruir dos programas e da rede para promover inovação na empresa da qual faz parte. Temos membros também que atuam com relatórios de sustentabilidade das mineradoras?, afirmou a empresa.
Segundo a Hub, o coworking se apresenta como um modelo de trabalho ainda recente e em rápida expansão e tem sua importância ligada às necessidades de soluções inovadoras em produtos, serviços e modelos de gestão no mercado de trabalho. ?E, principalmente, o coworking demarca-se como importante na implementação de uma nova cultura e economia colaborativa?, diz.
Em relação à ideia de segmentação por mercado, como o Minespace, a Hub afirma que pode ser considerada uma tendência e que, em Belo Horizonte, já existem coworkings voltados para as áreas de advocacia e arquitetura.
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