Em Juruti, reabilitação de áreas mineradas contribui para geração de renda de agricultores
11/06/21
Um método pioneiro desenvolvido pela Alcoa no município de Juruti, no Oeste do Pará, permite a restauração de áreas mineradas e contribui para o desenvolvimento social e econômico de comunidades rurais da região de Juruti Velho.
Desde 2011, quando o Programa de Reabilitação de Áreas Mineradas foi implantado na unidade, 1.244 hectares foram recuperados, o que equivale a uma área composta por 1.739 campos de futebol, com medidas oficiais, segundo os padrões atuais.
De acordo com a engenheira Florestal, Susiele Tavares, responsável pelo Programa, a tecnologia aplicada está na vanguarda do mercado mineral e agrega, ainda, um componente social com a participação das comunidades na produção, venda e plantio das mudas, com orientação e apoio da empresa.
“Esse é o diferencial do nosso Programa. Aqui estamos conectados com as comunidades. Eles conhecem as demandas de cada localidade, sabem que tipo de muda pode crescer em determinado local. É uma via de mão dupla: fazemos a nossa parte em relação à proteção e recuperação das áreas mineradas e a empresa ajuda os moradores a aumentarem a renda, com o plantio de mudas”, explica Susiele.
A agricultora Cleide Xavier, de 45 anos, moradora da comunidade Galileia, distante 90 km de Juruti, é mãe de oito filhos. Segundo ela, sua vida foi transformada nesses últimos quatro anos, período em que participa do Programa de Reabilitação de Áreas Mineradas.
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Agricultora Cleide Xavier participa há 4 anos do Programa de Reabilitação de Áreas Mineradas da Alcoa – crédito: Oslan Silva.
“Parte da minha renda vem do replantio de áreas mineradas na Alcoa. É gratificante participar de tudo isso, porque é um aprendizado que a gente construiu e acaba repassando para outras pessoas que entram na equipe. Antes de entrar na Alcoa, eu já trabalhava com a terra. Sempre trabalhei com a agricultura familiar no plantio de macaxeira, abacaxi e outras coisas. Essa experiência pessoal me ajudou muito quando comecei a replantar árvores na Alcoa. A diferença mesmo é no carinho. Costumo tratar essas árvores como um bebê. As primeiras árvores que plantei, há quatro anos, já estão grandes, e hoje me sinto alegre, satisfeita com o trabalho. Todos nós precisávamos de um trabalho e a Alcoa tem nos ajudado. É prazeroso aprender, ainda mais para nós mulheres que não temos tantas oportunidades no mercado de trabalho. A vida melhorou muito tanto para mim, quanto para as outras pessoas que eu trabalho”, argumenta a agricultora.
São os próprios agricultores que produzem as mudas e as plantam nas áreas pré-determinadas. São mudas de espécies de grande porte como Castanheiras, Maçarandubas, Pau D’ Arco, entre outras.
“Produzimos as mudas, tratamos e cuidamos delas até chegar a hora de plantar. É por isso que a gente tem respeito, carinho e cuidado, e luta para não as deixar morrer. Somos filhos e filhas de Juruti e temos um enorme prazer em contribuir para a recuperação das áreas mineradas”, relata a agricultora, que junto ao seu grupo de trabalho plantou, neste ano, 51.754 mil mudas, durante um período de três meses.
A engenheira Florestal Susiele Tavares explica que o método de nucleação desenvolvido pela empresa acelera o processo de formação natural do solo e busca deixar o ambiente o mais próximo do original, aproveitando solo orgânico, galhadas, troncos e raízes que são dispostos nas áreas a serem reflorestadas na forma de núcleos.
“O processo favorece a reabilitação de todo o sistema florestal, tornando-se um ambiente convidativo ao retorno dos animais e, consequentemente, do transporte de sementes para a área. As galhadas, troncos e raízes servem de poleiros e tocas para esses animais. Nesses locais foi observada a polinização das flores, árvores com frutos e ocupação de animais, inclusive de médio porte. Em áreas onde está sendo aplicada a nucleação, a cobertura vegetal é acima de 80% já no primeiro ano de implantação”, informa Susiele.