Elevação dos royalties na mineração pode impedir investimentos no Brasil
19/09/08
As tentativas de elevar os royalties que as mineradoras pagam pela sua produção no Brasil podem impedir os investimentos no país, afirmou à Reuters o economista Antonio Lannes, gerente de dados econômicos do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Governadores dos principais Estados produtores do Brasil defendem os aumentos, argumentando que o Brasil tem um dos menores royalties do mundo. Mas Lannes afirma que o argumento é falho e que um aumento pode acabar sendo um erro. `O Brasil pode ter royalties mais baixos em alguns casos, mas quando se olha tudo, incluindo taxas, tem uma das maiores cargas tributárias`, disse Lannes. Ele explicou que pesquisas conjuntas realizadas pelo Ibram e pela consultoria Ernst & Young sobre as taxas pagas por empresas mineradoras no Brasil em relação a outros países mostram que o País está em situação menos favorável do que quando se observa apenas os níveis de royalties.`Acho que o Brasil tem um dos maiores níveis de taxas gerais`, disse ele. `(Elevar os royalties) pode trazer problemas com investimento e reduzir a competitividade dos metais brasileiros porque as empresas teriam que pagar mais taxas`. Tomando a Austrália como exemplo, ele afirmou que os royalties são mais altos lá, mas que a carga financeira como um todo é mais leve do que no Brasil, quando se avalia o conjunto das taxas. Na semana passada o Ibram revisou suas estimativas para investimentos no setor de mineração do Brasil para US$ 57 bilhões para o período entre 2008 e 2012, ante previsão anterior de US$ 42 bilhões. Isso representa mais do que o dobro dos US$ 24 bilhões que o instituto havia estimado para 2007-2011. A maior parte dos fundos será para o setor de minério de ferro, dominado pela Vale, maior exportadora do mundo. Lannes afirmou que essa estimativa é para `projetos concretos`, sendo que alguns já foram iniciados, reduzindo a probabilidade de que o valor caia dramaticamente devido à queda dos preços dos metais. `Além da China, existe demanda da Índia, que é um país bastante populoso que precisa de infra-estrutura. Com o Japão e a Europa estagnando, as pessoas acreditam que a demanda dos países do Bric permanecerá forte`, disse ele, referindo-se à sigla para Brasil, Rússia, Índia e China. Seminário sobre minério de ferro em São Luís A Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) promove, entre 22 e 26 de setembro, o 39º Seminário de Redução de Minério de Ferro e Matérias-Primas (3rd International Meeting on Ironmaking) e 9º Simpósio Brasileiro de Minério de Ferro (2nd International Symposium on Iron Ore), em São Luís (MA), no Pestana São Luís Resort Hotel. Os eventos contam com o apoio de entidades internacionais como a AIST – Association for Iron & Steel Technology e o VDEh – German Iron & Steel Institute. Além de palestras, cursos e visita à planta da Vale, empresa anfitriã, serão apresentados nas sessões técnicas aproximadamente 150 trabalhos empresariais e acadêmicos, que mostram, entre outros resultados, um melhor desempenho e aproveitamento de energia e matérias-primas, bem como as tendências na área de redução. O evento deve contar com especialistas de 17 países e receber cerca de 500 visitantes. Os dois programas buscam debater novas tecnologias, aperfeiçoar processos, otimizar desempenho e o aproveitamento das matérias-primas. Maiores informações nos sites http://www.abmbrasil.com.br/seminarios/ironmaking/2008/ e http://www.abmbrasil.com.br/seminarios/ironore/2008.(Fonte: Brasil Mineral Online)
Pará Negócios