Eike Batista quer abrir capital da subsidiária de logística da MMX
25/04/07
Um dia após anunciar a associação com a gigante Anglo American no projeto Minas-Rio, o presidente da MMX Mineração e Metálicos, Eike Batista, apresentou ontem novos planos para as empresas controladas pelo grupo, em especial para a subsidiária de logística, a LLX, cujo capital o grupo pretende abrir, em um ano, em estratégia de levantar recursos para o desenvolvimento de projetos no Brasil e no exterior.
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Na LLX está o Porto do Açu, complexo que será erguido em São João da Barra, no Norte Fluminense, e que tem a promessa de tornar-se um dos maiores do País. A subsidiária detém três áreas que são guardadas em sigilo e que poderiam transformar-se em outros portos no Oceano Atlântico. A grande expectativa para a LLX está na fazenda de 240 mil hectares no litoral do Chile, na cidade de Copiapó. O local pertence à holding do grupo, a EBX.
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“Estamos estudando a possibilidade de transferir este ativo para a LLX. É projeto de grande potencial, porque fica próximo das regiões produtores de cobre do Chile. Pretendemos construir usina térmica. Assim, atenderíamos a duas demandas do Chile: por energia elétrica e portos para escoar a produção”, explicou.
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Para maior visibilidade e credibilidade à LLX no mercado, o empresário disse que pretende atrair quatro fundos de equity capital para a subsidiária, antes da abertura.
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Em relação ao negócio com a Anglo American, Eike explicou que a empresa britânica venceu leilão organizado pelos bancos Credit Suisse e Itaú. Entre as empresas que participaram da disputa estava a japonesa Sumitomo.
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“Estamos felizes com a associação, pois houve sinergia de idéias e de princípios. Ter gigante como a Anglo American como sócio remove qualquer dúvida de que o projeto era grande demais. Agora vamos colocá-lo de pé”, acrescentou. O sistema Minas-Rio consiste na exploração de mina de ferro em Minas Gerais, que terá sua produção escoada por meio de um minoreduto de 525 quilômetros até o Porto do Açu. Dali, o minério será processado e embarcado para o exterior.
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O início das operações está previsto para 2009, quando o sistema deve gerar 8 milhões de toneladas/ano. O investimento estimado para esta primeira fase do negócio é de US$ 2,3 bilhões. Há a previsão de uma planta siderúrgica e térmicas na retroárea do porto.
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Dos três sistemas em desenvolvimento pela MMX, apenas Corumbá não tem parceiros, uma vez que 30% das ações do projeto de Amapá foram vendidos à americana Cleveland Cliffs .
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“Eventualmente poderemos ter sócios, mas não existe esta dependência ou necessidade. O projeto de Corumbá é menor do que os demais,mas se mostra extremamente rentável. Poderíamos tocá-lo sem associações”, argumenta o executivo.
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O projeto de Corumbá, com orçamento de US$ 80 milhões, tem esbarrado em impasses judiciais. Na última sexta-feira, a MMX cassou liminar que paralisava as obras do sistema. A liminar baseava-se no qüestionamento da rapidez com que teria sido dada licença ambiental para a construção da unidade.
Jornal do Comércio