Descoberta jazida de potássio na Bacia Amazônica
09/09/10
Potássio do Brasil encontra mina na região que já foi explorada pela Petrobrás na década de 70; empresa deve fazer aporte de US$ 2,5 bilhões por cinco anos
A Potássio do Brasil anunciou ontem a descoberta de uma jazida de potássio na Bacia do Amazonas. Trata-se da primeira descoberta na região em cerca de 30 anos, após o abandono, pela Petrobrás, dos trabalhos exploratórios nas jazidas de Fazendinha e Arari.
Segundo o diretor executivo da Potássio do Brasil, Hélio Diniz, a empresa espera ter uma definição sobre o potencial da região até dezembro.
Em comunicado, a Potássio do Brasil informou que seu primeiro poço no Amazonas encontrou um intervalo de 1,86 metro de espessura, com teor médio de cloreto de potássio de 32,59%. “Estamos bastante animados com o fato deste furo de sondagem ter apresentado teores mais elevados do que quaisquer dos 16 furos realizados anteriormente pela Petrobrás”, comentou Diniz. As jazidas da estatal têm reservas estimadas em 500 milhões de toneladas.
A Petrobrás encontrou o potássio na região na década de 70, quando buscava petróleo, mas ainda não decidiu o que vai fazer com sua jazida. Recentemente, a empresa anunciou a contratação de um estudo técnico para avaliar o potencial comercial das reservas. O assunto ganhou força em 2008, diante do aumento dos preços dos fertilizantes no mercado internacional.
O Brasil consome pouco mais de 4 milhões de toneladas de potássio por ano. Cerca de 90% desse total é importado, sobretudo do Canadá e da Rússia.
As jazidas de potássio da Amazônia ficam na região do encontro dos Rios Madeira e Amazonas, nos municípios de Autazes e Nova Olinda do Norte. A Potássio do Brasil está perfurando dois poços na região e, após a descoberta, decidiu contratar uma terceira sonda, que deve chegar em outubro, para acelerar os trabalhos exploratórios.
Diniz afirmou que, após a definição da reserva, com potencial de produção, a companhia iniciará o estudo de viabilidade técnico-econômica, que indicará como será o processo de retirada do minério, o custo de produção e a taxa de retorno do investimento. “O estudo leva em média um ano e vai demonstrar se o projeto é viável.”
Após a confirmação do potencial produtivo, a empresa deve fazer aporte de mais US$ 2,5 bilhões por cinco anos para montar a infraestrutura da mina, incluindo equipamentos, construção do poço e da unidade de beneficiamento do minério, custo estimado para a produção anual de até 2 milhões de toneladas, segundo previsão inicial da companhia. O cronograma indica que o produto só entrará no mercado nacional a partir de 2016.
O Estado de São Paulo