CSN ganha tempo para fazer proposta à Corus
28/11/06
Siderúrgica européia adia assembléia em 16 dias para que a CSN possa avaliar aquisição sem pressa e fazer uma oferta formal pela companhia
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A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ganhou mais tempo para preparar sua oferta de compra da siderúrgica anglo-holandesa Corus. Isso só foi possível porque a empresa européia adiou de quatro para 20 de dezembro uma assembléia extraordinária de acionistas.
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“`A diretoria da Corus decidiu que é de interesse dos acionistas dar um tempo a mais para que a CSN satisfaça as precondições e determine quando fará uma oferta formal”, disse ontem a Corus em comunicado. Nessa assembléia, os acionistas da Corus terão de votar pela oferta da indiana Tata Steel, coberta pela da CSN há pouco mais de uma semana.
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A empresa brasileira disputa com a indiana a compra da siderúrgica européia. Em oferta informal, a CSN ofereceu 4,75 libras por ação da Corus, proposta melhor que a de 4,55 libras por ação apresentada anteriormente pela Tata Steel.
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A proposta da brasileira estava condicionada a uma revisão na contabilidade da siderúrgica. No momento, a CSN está avaliando a situação financeira da companhia (a chamada due diligence) para decidir se fará ou não uma oferta firme. A empresa colocou 60 funcionários em um escritório provisório em Picadilly Circus, em Londres, dedicados a essa função.
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Na última sexta-feira, o presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou que a empresa gostaria de fazer uma oferta formal antes de 14 de dezembro.
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Há ainda outra boa notícia para a siderúrgica brasileira. Dois novos bancos – UBS e ING – prometeram apoio financeiro à CSN. A oferta de US$ 8,1 bilhões pela Corus havia deixado o mercado inquieto. A questão era saber se a empresa teria capacidade de bancar o pagamento sem se endividar demais.
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Quando anunciou sua proposta, a CSN disse que financiaria o negócio por meio de uma combinação de recursos financeiros disponíveis e de uma nova linha de crédito, que seria subscrita por um consórcio de bancos incluindo Barclays Bank, Goldman Sachs e BNP Paribas.
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CONTRA-PROPOSTA
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A Tata Steel, por sua vez, aguarda a formalização da proposta da CSN para decidir se fará ou não uma contra-oferta. `Não temos nada a dizer no momento`, disse um alto executivo da Tata.
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Se a oferta da Tata tiver êxito, será a maior aquisição de uma empresa indiana no exterior. A aceitação da oferta por parte da Corus chegou a ser comemorada na Índia como um sinal de que o país havia se tornado importante ator no mercado global.
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Na sexta-feira, a Tata negou rumores que iria melhorar a oferta. Reportagens na imprensa britânica e indiana diziam que o conselho da Tata discutiu novos valores em reunião. O jornal The Business Standard chegou a dizer que os executivos estavam tentando encontrar maneiras de elevar o preço em US$ 1 bilhão. A Tata disse que não comenta especulações.
O Estado de São Paulo