CSN descarta novo julgamento no Cade
30/05/07
O empresário Benjamin Steinbruch, presidente da Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) não acredita que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) venha a fazer novo julgamento das aquisições de mineradoras de ferro por parte da Vale do Rio Doce no Brasil. A decisão do órgão antitruste, tomada em agosto de 2005, envolveu a mina de ferro Casa de Pedra, pertencente à CSN, cuja produção excedente é um direito da Vale. “Estou tranqüilo. É natural que a Vale recorra e que o Cade também recorra da decisão da Justiça”.Em 2005, o Cade deu duas opções à Vale: abrir mão do direito sobre o minério da CSN ou vender as operações da Ferteco. A Vale recorreu na Justiça, questionando a votação do colegiado do Cade. Após seguidas batalhas, a Vale perdeu no início deste ano e tinha até amanhã para cumprir a decisão. Mas, entrou com novo pedido de julgamento do Cadê e anteontem obteve liminar no Tribunal Regional , turma 1, de Brasília.Steinbruch não teme que isso afete os planos de expansão da mina Casa de Pedra e a venda de uma participação do negócio de mineração a um parceiro estratégico ou por meio de uma oferta pública de ações (OPA). Ele reafirmou a intenção de realizar a OPA no terceiro trimestre. Segundo o empresário, esse período é propício por se tratar do fim das férias no Hemisfério Norte. “Vamos tocar os planos, independente do Cade”.A mina Casa de Pedra passa por um programa de investimentos de US$ 1,5 bilhão. Com isso pretende produzir 60 milhões de toneladas até 2010. Além disso, quer comercializar 15 milhões de toneladas de minério de terceiros. Mas a empresa enfrenta a resistência da Vale em desistir do direito de preferência e isso, na avaliação de especialistas e fontes do setor, é um empecilho para o futuro.Na área de aço, a CSN levará avante a construção de duas usinas no país – uma em Itaguaí (RJ) e outra em Congonhas (MG) – cada uma com capacidade para 4,5 milhões de toneladas de produto semi-acabado (placas), com investimento de US$ 6 bilhões. “Vamos fazer a agregação de valor nos Estados Unidos, onde temos uma laminadora em Indiana e em outra instalação que queremos fazer no Kentucky, e na Europa. Em Portugal podemos fazer acabamento em nossa subsidiária Lusosider”.Steinbruch disse que a chinesa Baosteel poderá ficar com até 25% da usina de Itaguaí. “Nossas conversas envolvem a compra de grande parte de equipamentos para a usina de fabricantes chineses”. Mas ressaltou que o projeto sairá independente da participação da chinesa. (Fonte: Valor Econômico/Ivo Ribeiro)
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