CSN acelera planos da usina de Itaguaí
06/02/07
Vera Saavedra Durão 06/02/2007
Enquanto não parece ter um novo alvo de aquisição na mira, pelo menos do porte da anglo-holandesa Corus que acabou nos braços da indiana Tata Steel, a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), comandada por Benjamin Steinbruch, está acelerando seus planos de expansão no Brasil.
No momento, a empresa tem programado investimentos totais da ordem de US$ 6,8 bilhões, em projetos que deverão maturar até 2010. Desse pacote, o que está avançando mais é a expansão da mina de Casa de Pedra, em Congonhas (MG), para um patamar de 53 milhões de toneladas anuais de minério de ferro, incluindo uma pelotizadora e novo porto no Rio de Janeiro.
Outra prioridade da siderúrgica é o projeto da nova usina de placas no município de Itaguaí (RJ), orçado em US$ 2,5 bilhões, cujo estudo de viabilidade vem sendo feito em sociedade com a chinesa Baosteel e deverá estar pronto agora em março. A previsão é que a usina passe a operar a partir de 2009. Ainda neste ano, deverão sair do papel o plano de construção de uma unidade de cimento e uma usina de produção de aços longos, ambas em Volta Redonda (RJ), que vão custar cerca de US$ 300 milhões.
Ainda neste trimestre, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai começar a desembolsar parte dos financiamentos que foram aprovados para a CSN no ano passado. A participação do banco é da ordem de 60% sobre o valor total do investimento. As liberações de recursos serão destinadas às obras da primeira etapa de expansão de Casa de Pedra, prevista para até 40 milhões de toneladas por ano de minério de ferro, além da adaptação de um terminal de importação de carvão para passar a exportar minério de ferro e para complementar a operação da fábrica de cimento. Os pedidos de financiamento para estes projetos entraram no banco em 2005.
Até agora, porém, depois de conversas adiantadas, a CSN não encaminhou ainda a carta consulta no BNDES pleiteando empréstimo para a segunda etapa da expansão de Casa de Pedra (mais 13 milhões de toneladas por ano), nem para a unidade pelotizadora de 6 milhões de toneladas anuais, orçada em US$ 345 milhões e nem para a nova usina de placas de Itaguaí, prevista para produzir 4,5 milhões de toneladas de para exportação. O BNDES está aguardando o pedido da siderúrgica.
Somente após o término do estudo de viabilidade da nova usina de Itaguaí é que a chinesa Baosteel vai decidir se entra ou não como parceira da CSN no negócio. As expectativas são otimistas quanto a esta sociedade, adiantaram fontes da empresa. Entretanto, para se concretizar, a usina vai precisar de ter garantidos canais de distribuição lá fora. Aqui é que entra a necessidade da CSN de comprar ativos no exterior para beneficiar estas placas ou, então, introduzir o plano B, que planejou após a perda da Wheeling-Pittsburgh, nos EUA. Esse projeto, de expansão orgânica, é amarrado à operação de sua usina de Indiana, que depende laminado a quente (matéria-prima) para suas linhas de produção.
Uma das alternativas da CSN para não ficar à mercê de oportunidades de compra (e depois de ter amargado os reveses por não ter conseguido adquirir a Wheeling e anglo-inglesa Corus) é construir uma laminadora a quente nos Estados Unidos. A CSN já adquiriu um terreno no Estado de Kentucky e, em meados do ano passado, acenou com a possibilidade de fazer investimentos de US$ 350 milhões. A intenção é construir uma unidade com capacidade de processamento entre 1,5 milhão e 2 milhões de toneladas anuais. Deverá ficar pronta no prazo de três anos. (Colaborou Patrícia Nakamura, de São Paulo) ;
Valor Econômico