Comentário da Semana: otimismo ganha força e traz novos recordes aos mercados
16/07/07
SÃO PAULO – Otimismo renovado e novos recordes sintetizam a segunda semana de julho nos mercados brasileiros. A bolsa atingiu sua máxima histórica no período e o dólar comercial vem abaixo de R$ 1,90, amparados em notícias positivas da esfera corporativa, diante de uma agenda econômica com poucos indicadores importantes. Neste cenário, o Ibovespa acumulou alta de 2,13% e atingiu sua máxima histórica na sexta-feira, enquanto o dólar comercial caiu 2,15%. O risco-país acumulou pequena variação e os juros futuros recuaram. Cenário externo: grandes fusões No âmbito internacional, novidades a respeito de consolidação setorial espalharam ânimo, sobretudo no segmento de mineração. Isso porque a gigante anglo-australiana Rio Tinto fez uma oferta de compra pela companhia canadense de alumínio Alcan no valor de US$ 38,1 bilhões. Somando-se a esse quadro favorável, grandes redes varejistas, como o Wal-Mart, publicaram vendas referentes ao mês de junho acima do esperado na quinta-feira. E membros do Federal Reserve se manifestaram para tranqüilizar a preocupação com o ramo imobiliário dos EUA. Charles Plosser, presidente do Fed da Filadélfia, disse que a recente reversão no boom da atividade imobiliária e dos preços das casas contribuiu para a desaceleração do crescimento econômico, mas não mudou a perspectiva de que a expansão da economia vá retomar a tendência no final de 2007 e em 2008. Cenário interno: inflação controlada Na cena doméstica, novas evidências de inflação abaixo do esperado e geração de empregos. O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) referente ao mês de junho apontou inflação de 0,26%, frente ao 0,28% esperado, segundo a mediana das projeções do relatório Focus. E a Pesquisa Industrial de Emprego e Salário divulgada pelo IBGE mostrou um crescimento de 0,3% do novel de emprego da indústria nacional em maio. Já valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria, descontados os efeitos sazonais, registrou queda de 0,7% entre abril e maio e avanço de 4,3% frente a maio de 2006. Confira as cotações Beneficiado pelo bom comportamento de Wall Street, onde os índices Dow Jones e S&P 500 também anotaram novos recordes históricos, o Ibovespa acumulou alta de 2,15%, fechando a semana em inéditos 57.644 pontos. Já no mercado de câmbio, o dólar comercial apurou queda de 2,15%, a R$ 1,8620, menor valor desde outubro de 2000. Finalmente, no mercado de juros futuros, o contrato com vencimento em janeiro de 2009, que vem apresentando maior liquidez, projetou taxa de 10,57% na sexta-feira, frente aos 10,65% do final da semana anterior. Já a taxa anual do CDB prefixado de 30 dias fechou a 11,53%, abaixo dos 11,62% registrados na sexta-feira anterior. Calendário da semana Na agenda da terceira semana de julho, o principal destaque no Brasil será a reunião de dois dias do Copom (na terça e quarta-feira), que definirá a taxa básica de juro da economia, a Selic. Nos EUA, o mercado estará atento à divulgação do índice de preços ao produtor PPI, e o Core PPI, que serão publicados na terça-feira. Na quarta-feira será publicado o CPI, índice de preços ao produtor, junto a seu núcleo, o Core CPI, que desconsidera os preços de energia e alimentos.
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