Com técnicas inovadoras, MRN realiza reflorestamento em Porto Trombetas
21/07/20
A mineração mostra que é possível conduzir grandes empreendimentos industriais com sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. Um bom exemplo disso, vem do distrito de Porto Trombetas, no município de Oriximiná, Oeste do Pará, onde em pleno coração da Amazônia, está presente a Mineração Rio do Norte (MRN), maior produtora de bauxita no Brasil. Lá, a mineradora segue à risca a legislação ambiental vigente, tendo o cuidado de proteger a Floresta Nacional de Saracá-Taquera. Dos 441.282,63 hectares, a MRN utiliza para sua operação apenas 4,24%, sendo que boa parte desta área já utilizada está em processo de restauração florestal.
Pioneira no desenvolvimento de técnicas de restauração de áreas mineradas no interior de uma Flona, a MRN vem aprimorando ao longo dos anos estas metodologias de recuperação, a partir de pesquisas cientificas e da própria observação dos técnicos em campo. O trabalho de restauração das áreas é iniciado no momento em que se faz o inventário florestal, documento base para indicação de espécies a serem utilizadas no ambiente após o processo de lavra. “Existem várias etapas que envolvem a restauração das áreas mineradas, entre elas a coleta de sementes e produção de mudas, manejo da camada superficial do solo (topsoil), reconformação do solo, preparo da área para receber o topsoil e as mudas e seu monitoramento”, explica Ruberval Vieira Júnior, engenheiro florestal da MRN.
Para o processo de restauração da flora, a empresa realiza a condução de regeneração natural, utilizando o topsoil para a sucessão florestal, pois é onde se encontra o riquíssimo banco de sementes para o recobrimento inicial da área. O material também representa importante fonte de matéria orgânica, sementes, nutrientes, micro e mesofauna associadas ao solo – na mesofauna estão inseridos os animais de tamanho intermediário entre os micro-organismos e os macro-organismos, que desempenham importante papel na ciclagem de nutrientes e no fluxo de energia no solo.
A mineradora também utiliza a técnica do plantio de mudas, com a coleta de sementes e produção de espécies, que são plantadas diretamente nas áreas mineradas, contribuindo para a recuperação do ambiente. A empresa também faz a semeadura direta, utilizando sementes para germinação no terceiro e quinto ano da restauração. Tanto o plantio de mudas quanto a semeadura direta visam o enriquecimento e o adensamento da área, gerando uma maior diversidade no ambiente.
Colhendo os frutos
Somado a esse trabalho de restauração florestal, a empresa possui um robusto plano de ações, como o monitoramento da flora, que acompanha o desenvolvimento das espécies e propõe melhorias para o seu desenvolvimento; o Banco de Germoplasma de Castanheira do Pará, que visa fomentar o cultivo desta espécie protegida por lei, com alto potencial de uso como produto florestal não madeireiro e para recuperação de áreas; e o Plano de Manejo de Combate a Espécies Exóticas Invasoras, com o intuito de conservar, ao máximo, a biodiversidade das espécies nativas na Flona de Saracá-Taquera.
O trabalho de restauração florestal em Porto Trombetas já colhe bons frutos. De acordo com os últimos relatórios de monitoramento de flora da MRN, é possível observar nas áreas de restauração um total de 229 espécies, com altura média de 10,9 metros e diâmetro de 11,7 centímetros, indicando boa taxa de regeneração natural e desenvolvimento da floresta.
Já é percebido também o aparecimento de fauna nesses locais, com a presença de abelhas, aves, borboletas, anfíbios, répteis, mamíferos de pequeno, médio e grande porte. Todos esses animais possuem papel fundamental no processo de restauração das áreas, contribuindo para polinização da flora, dispersão de sementes, proteção contra predadores, ciclagem dos nutriente e diversas outras interações naturais que ocorrem em um ecossistema em processo de recuperação. Ao longo dos anos, a MRN já reflorestou 7.398,18 hectares.
Por ser uma unidade de conservação classificada na categoria de uso sustentável, a Flona de Saracá-Taquera possui um plano de manejo que define suas zonas potenciais, como exemplo há áreas para produção florestal, proteção, uso público, recuperação e produção mineral, cada uma com regras específicas de utilização. “Com isso, a atividade mineral contribui com o uso múltiplo da Flona, uma vez que, mesmo tendo como atividade principal a extração de bauxita, ela consegue fomentar o uso racional e a conservação de seus recursos”, pontua Ruberval Vieira Júnior.
Legado de responsabilidade socioambiental
Marcelo Dultra, gerente de Controle Ambiental e Relações Comunitárias da Mineração Rio do Norte, destaca o relacionamento com comunidades tradicionais que já usufruíam do território independentemente de zoneamento. “Isso significa que elas não deixam de exercer suas atividades por conta da mineração, e que também têm o desafio diário de conciliar essas atividades de forma harmônica. E para apoiá-las nisso, a MRN desenvolve programas socioambientais resultantes de condicionantes e outros de forma voluntária”, afirma.
Para o gestor da mineradora, o principal legado a ser deixado pela empresa, está relacionado à formação socioambiental de todos os atores envolvidos no processo e que vivem na região, além da geração e fomento ao conhecimento técnico cientifico. “Outro legado que está ligado às atividades da MRN, está relacionado às receitas financeiras geradas a partir da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM, Compensação Ambiental, Indenizações Florestais e Acordos para fomentar a Conservação da Biodiversidade na região do Rio Trombetas. Essas receitas, se bem geridas pelos órgãos e poderes públicos, irão proporcionar uma série de benefícios para o município de Oriximiná e Estado do Pará, como saneamento básico, saúde, proteção do meio ambiente, geração de emprego e renda, segurança e qualidade de vida, contribuindo dessa forma ao desenvolvimento territorial”, avalia.