19/01/09

SÃO PAULO – As empresas tendem a reduzir investimentos em projetos sustentáveis diante da crise financeira global. Muitas estão adiando os programas desenhados ao longo de 2008, principalmente os que dependem de financiamento bancário. A ideia é tocar os já implementados e aguardar até que se tenha melhor visibilidade do que acontecerá no médio e longo prazos com a economia global e com os setores nos quais as companhias atuam. Só depois disso é que planos mais ambiciosos devem sair do papel.Os especialistas ouvidos foram unânimes em dizer que a crise deslocou o foco das empresas para corte de custos e sobrevivência. Na avaliação de Newton Figueiredo, diretor do grupo SustentaX, o desafio agora é reequilibrar o econômico. No segundo momento é que as companhias vão pensar em aumentar rentabilidade e expandir capacidade de produção atendendo às questões sustentáveis que hoje são exigências de clientes e investidores.As premissas valem para os setores mais afetados pela crise, como automobilístico, mineração, siderurgia e construção, conforme chama atenção Clarissa Lins, da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). “A indústria automobilística, por exemplo, atravessa uma situação em que garantir a sobrevivência é a prioridade”, observa. Ela diz que todas as empresas com as quais conversou ultimamente falaram que vão reduzir investimentos assim como consultores de sustentabilidade.

DCI