China reduz apoio à venda de aço; medida deve afetar Brasil
11/04/07
Pequim, 11 Abr (Lusa) – A China vai eliminar benefícios fiscais à exportação de 83 produtos em aço, informou nesta quarta-feira a Associação de Ferro e Aço do país asiático, em uma medida que visa a controlar o crescente superávit comercial chinês e que pode afetar o comércio com o Brasil.Pequim vai reduzir ainda para 5% a taxa de desconto em impostos na exportação de outros 76 produtos do setor, incluindo itens especiais em aço, aço inoxidável e aço laminado a frio, segundo relatório do Ministério das Finanças e da Administração Geral de Impostos da China divulgado na Internet.A decisão do governo, que entra em vigor no próximo domingo, poderá ter como conseqüência, segundo analistas, a redução das importações chinesas de minério de ferro, segundo maior produto brasileiro de exportação para a China.O minério de ferro é, depois da soja, o maior produto brasileiro de exportação para o país asiático, por meio da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), maior produtora mundial da matéria-prima.Nos primeiros nove meses de 2006, a CVRD exportou 20,438 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas para a China, o que representou 28,1% do total de vendas da companhia no período.O país asiático foi em 2005 o principal comprador do minério de ferro brasileiro, ao importar 56,5 milhões de toneladas.Diversos analistas entrevistados pela imprensa oficial chinesa afirmaram que o fim dos benefícios fiscais faz parte dos esforços do governo para controlar o superávit comercial do país.Grande parte da produção chinesa de aço destina-se à exportação, com o país vendendo para o exterior 8,7 milhões de toneladas de produtos em aço nos primeiros dois meses de 2007.Segundo a Administração Geral das Alfândegas da China, esse número traduz um aumento anualizado de 139,3%.A China, terceira maior potência comercial do mundo, já havia reduzido, em setembro último, os benefícios fiscais à exportação de 142 produtos em aço, também para controlar o superávit, que tem sido motivo de discussão política entre Pequim e os Estados Unidos e a União Européia, maiores parceiros comercias do país asiático.No primeiro trimestre de 2007, e apesar de um grande recuo em março, o superávit chinês subiu para US$ 46,4 bilhões, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.
Agência Lusa