China: Adiada sentença de acusados de tentar vender urânio
24/08/07
Um tribunal da província chinesa de Guangdong (Sul) adiou a leitura da sentença de quatro homens acusados de tentarem vender oito quilos de urânio porque as autoridades policiais ainda não encontraram o material radiactivo. De acordo com a imprensa oficial chinesa, Zhang Sangang, Yang Guoliang, Li Zi´an e Li Huibin – todos naturais da província de Hunan – tentaram, entre Abril de 2005 e Janeiro deste ano, vender oito quilos de urânio do tipo U-235 e U-238, elementos usados na produção de bombas nucleares. Zhang Sangang disse em tribunal que em Abril de 2005 conheceu um proprietário de uma mina de urânio de apelido Zhou, e que está a ser julgado separadamente, que lhe ofereceu oito quilos do material exigindo em troca cerca de 20.000 euros por cada quilograma, ficando uma eventual diferença de preço para si. Mais tarde, Yang Guoliang acordou com Zhang Sangang tentarem em conjunto a venda, objectivo ao qual se juntariam ainda Li Huibin e Li Zi´an. No final de 2006, Li Zi´an contactou o empresário Peng Shuangjin, que dizia ter encontrado um comprador disposto a pagar 1,6 milhões de yuan (cerca de 160.000 euros) por cada quilograma de urânio. No entanto, Peng Shuangjin sabia ser ilegal a venda de urânio e denunciou Li Zi´an às autoridades, que acabariam por prendê-lo em Cantão, capital da província, na companhia de Li Huibin e na posse de 15 gramas de urânio para mostrar aos clientes. Os outros dois suspeitos seriam detidos mais tarde na província de Hunan. Apesar de ter os quatro suspeitos sob custódia, a polícia não conseguiu, no entanto, localizar o urânio que, segundo os réus, estará perdido por ter sido transferido diversas vezes por causa de potenciais interessados. De acordo com as leis chinesas, o comércio ilegal de urânio é punível com uma pena entre os três e os 10 anos de prisão, mas, em casos excepcionais, pode ser punível com a pena de morte. Especialistas contactados pela imprensa chinesa sustentam a necessidade de encontrar o urânio o mais rapidamente possível de forma a salvaguardar a saúde pública.
Diário Digital