CBPM planeja licitar nove áreas para exploração comercial na Bahia
14/08/07
De uma só vez, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) vai abrir licitação para permitir a exploração comercial de nove áreas de mineração no Estado. O potencial de receita bruta com a comercialização dos minerais para as empresas que arrematarem as áreas é superior a US$ 100 milhões, levando-se em conta os preços atuais dos minérios no mercado internacional, segundo os cálculos preliminares da CBPM. O potencial, entretanto, está subdimensionado, de acordo com a empresa. Das nove áreas que serão licitadas, as contas incluem apenas as três com reservas mais conhecidas pela companhia – fazem parte do pacote, entre outras, áreas com ocorrência de zinco, níquel, barita, fosfato e ouro. A licitação será apresentada formalmente pelo governo baiano no dia 29 de agosto e a previsão é de que os resultados sejam conhecidos ao longo do mês de novembro. Das nove áreas, a de maior potencial já dimensionado é a de minério de zinco localizada em Mundo Novo, a 294 quilômetros de Salvador. Nela, a CBPM investiu R$ 8 milhões em sondagem. O potencial é de produção de 50 mil toneladas anuais de concentrado, com teor de 52% de zinco. A ocorrência do mineral espalha-se por 95 mil hectares, distribuídos também nos municípios de Jacobina, Rui Barbosa, Piritiba e Miguel Calmon. “Ao todo, são 93 áreas de ocorrência, mas nós estudamos apenas três. O potencial pode ser bem maior”, diz o diretor presidente da CBPM, Paulo Noronha. Os estudos mostraram possibilidade de ocorrência também de cobre e ouro na região. Pelos cálculos da companhia, a área de minério de zinco de Mundo Novo pode gerar receita bruta de vendas de US$ 70 milhões ao ano. Outra das áreas a serem licitadas pela CBPM é a de zinco sulfetado localizada em Irecê, a 468 quilômetros de Salvador, que possui 44 áreas de pesquisa em 64,2 mil hectares. O potencial econômico é de receita bruta anual de vendas superior a US$ 27 milhões. A estatal calcula ainda que a área de fosfato primário a ser licitada, também localizada em Irecê, pode representar vendas de US$ 5,6 milhões ao ano. Entre outros fins, o fosfato é utilizado na produção de fertilizantes. O zinco, por meio do processo conhecido como galvanização, destina-se principalmente a proteger da corrosão o aço e o ferro. Por falta de recursos para pesquisas mais aprofundadas, algumas áreas que serão licitadas têm potencial praticamente desconhecido pela empresa. É o caso, por exemplo, das ocorrências de ouro do nordeste baiano, entre os municípios de Cansanção, Monte Santo, Euclides da Cunha e Quinjingue, que também serão ofertadas. Outro desses casos é o da área de níquel de Pedras Altas, em Itiúba, a 378 quilômetros da capital. “A iniciativa privada teria mais condições de pesquisar”, diz Noronha. Com a abertura de nove licitações de uma só vez, a CBPM pretende acelerar o processo de se tornar auto-sustentável nos próximos quatro anos. Apenas a área de minério de zinco de Mundo Novo, uma das principais do pacote, tem potencial de gerar US$ 1,4 milhão em royalties para a estatal por ano.
Valor Econômico