Brasil pode ser referência em superímas de terras-raras
08/02/17
Diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf acredita que o Brasil pode se tornar referência em superímãs de terras-raras.O Brasil tem potencial para desafiar o domínio da China na produção dos superímãs de terras-raras, afirma o diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Fernando Landgraf. De acordo com ele, o Brasil possui grandes reservas minerais de terras-raras, além de grandes usuários dos ímãs, que são aplicados em geradores eólicos, equipamentos eletrônicos e de informática.”Se a cadeia produtiva da mineração ao ímã se estabelecer no Brasil, estará aberta a porta para uma miríade de startups que poderão criar atuadores para tudo o que a Internet das Coisas poderá exigir. O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações [MCTIC] está investindo em várias frentes para ajudar a viabilizar a cadeia produtiva. Claro que é o mercado que vai dizer se essa cadeia é viável, mas a oportunidade está aí. Muitos novos negócios surgirão e os mais capazes, contando com uma parcela de sorte, ganharão dinheiro com isso”, afirmou Landgraf durante sua apresentação no dia 2 de fevereiro, na Campus Party, em São Paulo.Para ele, são muitas as perguntas, mas algo que deve acontecer é o crescimento do uso dos atuadores, elementos que, sob um determinado comando, mecânico ou elétrico, produzem movimento. “Afinal, nossa vida exige muitas ações, não apenas informações. Ações físicas exigirão a transformação de informação em movimento, e nesse ambiente o eletromagnetismo ainda dominará por muitos anos. Um dos materiais mais importantes para o movimento é o ímã, e aí reside uma oportunidade interessante para o Brasil. Temos condições de desafiar o domínio chinês dos ímãs mais poderosos do planeta, os superímãs de terras-raras”, declara.Em novembro do ano passado, uma parceria entre a Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) produziu o primeiro superímã de terras-raras do Brasil. O produto foi tido como o primeiro feito sem nenhuma participação da China, líder no mercado mundial. A mineradora, localizada em Araxá (MG), já investiu R$ 80 milhões na planta para separar as terras-raras de outros elementos de sua jazida, como o ferronióbio, que já é vendido mundo afora.”Muita gente está discutindo se estamos entrando em uma nova era de transformações, a Quarta Revolução Industrial, ou se estamos apenas nos surpreendendo com a aceleração da continuidade da terceira, aquela marcada pelo advento dos circuitos integrados, da automação, dos computadores pessoais, da internet e da telefonia celular. A chamada Internet das Coisas vai mudar tudo à nossa volta?”, disse Landgraf, durante sua apresentação sobre a relação entre as terras-raras e a 4ª Revolução industrial.O Campus Party Brasil, que aconteceu de 1 de janeiro a 5 de fevereiro, em São Paulo, debateu temas como nanotecnologia, Internet das Coisas, superímãs de terras-raras, Quarta Revolução Industrial, veículos híbridos, elétricos e movidos a hidrogênio.Clique aqui e acesse a matéria.
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