Brasil deve se tornar independente na produção de terras-raras, diz Subcomissão
18/09/13
Subcomissão para o marco regulatório de mineração de terras-raras considera que o Brasil ainda precisa ser independente na produção dos minerais. O Brasil é o quinto maior produtor de terras-raras do mundo.
O Brasil é o quinto maior produtor de terras-raras do mundo com reservas medidas representando menos de 1% do total mundial, segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Apesar disso, a subcomissão para o marco regulatório de mineração de terras-raras considera que o Brasil ainda precisa ser independente nessa área essencial.
Um relatório realizado pela subcomissão foi apresentado no último dia 10 pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), destaca a importância da independência brasileira na produção de terras-raras (TR), elementos essenciais para a produção de produtos eletrônicos.
O senador defende a integração do setor privado com o poder público para a viabilização de investimentos a fim de que o país deixe de ser exportador de commodities minerais para ser fornecedor de produtos com valor agregado.
Uma das recomendações propostas pelo parlamentar é a eliminação do monopólio público sobre o manuseio de elementos minerais radioativos, o que gerou, segundo ele, a paralisia dessa atividade ao longo de décadas. O presidente da subcomissão é o senador Anibal Diniz (PT-AC).
As reservas medidas brasileiras de terras-raras estão localizadas nos estados de Minas Gerais (Poços de Caldas, São Gonçalo do Sapucaí, Pouso Alegre) e Rio de Janeiro (São Francisco do Itabapoana). Também possuem reservas a província mineral de Pitinga, em Presidente Figueiredo (AM), com 2 milhões de t de xenotímio, e teor de 1% de ítrio, e Catalão (GO), onde a Anglo American Brasil é proprietária de um depósito com 1,1 milhão de toneladas de fosfato contendo cério e lantânio, com teor de 7,6% e teores de urânio e tório baixíssimos.
As empresas que detêm reservas são: Mineração Terras Raras (6Mt de reservas lavráveis, com teor de 0,5% de óxidos de TR, num total de 30 mil t); Indústrias Nucleares do Brasil (INB), com 609 mil t de reserva lavrável, com teor de 0,103% de monazita, com 627t; e Vale, com 17,2 mil t de TR de reservas medidas e indicadas, contendo 57% de monazita, equivalente a 9,7 mil t.
Um estudo divulgado pela consultoria E&Y, antiga Ernst &Young Terco, afirma que o volume de terras-raras movimentado pelo setor, no mundo, deve passar dos atuais US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões para uma cifra entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões até meados desta década.
A demanda por esses elementos químicos, conhecidos também como minerais de alta tecnologia, aumenta em resposta a novos usos, como baterias de alta performance usadas em celulares e carros elétricos. Até 2014, a consultoria prevê um deficit na oferta desse grupo de elementos químicos. O caso mais preocupante é o do neodímio, usado em smartphones e turbinas eólicas, entre outros.
A E&Y estima que, em 2015, haverá um deficit de aproximadamente 10 mil toneladas de óxido de neodímio. Atualmente, ele está próximo a três mil toneladas.
Para alimentar esse mercado, as mineradoras estão se movimentando. O estudo aponta que atualmente há mais de 250 projetos de exploração sendo desenvolvidos por 165 empresas em 24 países, além da China, hoje responsável por 50% da produção mundial de terras-raras. Em 2012, o país asiático produziu 95 mil toneladas anuais.
Em segundo lugar, está os Estados Unidos, com a produção de 7 mil toneladas; seguido da Austrália, com 4 mil toneladas; Índia, com 2.800t; Malásia, com 350t e, finalmente, o Brasil, com 300t no ano de 2012.
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