Bradesco comenta perspectivas reveladas pela Usiminas para 2009
18/12/08
SÃO PAULO – Preocupados com a queda da demanda mundial por commodities e a escassez de crédito às companhias, os analistas do Bradesco se reuniram com representantes da Usiminas para apurar as percepções da companhia quanto ao futuro do mercado de aço e os próximos passos da siderúrgica em meio à crise mundial.Entre os temas abordados na reunião, a Usiminas revelou à equipe os planos quanto ao nível de investimento, a aquisição da J.Mendes, mercado de aço doméstico e internacional, resultados e possível emissão de papéis no exterior.InvestimentoA Usiminas afirmou que detém margem para postergar alguns projetos de investimentos, já que não encontra crédito abundante no mercado. Segundo a empresa, a revisão ainda está em estudo, mas um corte de 30% no próximo ano é possível.Para os próximos anos, a Usiminas ressaltou que não há planos de redução, mas os analistas do banco acreditam que a companhia poderá retrair o nível investido em mais de 30%. Entre os projetos que serão cortados em 2009, estão inclusos os de mineração.NegóciosQuanto a aquisição da J.Mendes, realizada no começo deste ano, os representantes da Usiminas revelaram que os termos da compra poderão ser alterados, já que estudos de prospecção realizados indicam que a mina é menor do que os 1,8 bilhão de toneladas estipulados no negócio.Caso os estudos sejam aprovados, a Usiminas deverá pagar US$ 900 milhões pela mina, porém, se realmente as reservas forem de 1,8 bilhão de toneladas, fica pressuposto o pagamento de US$ 1,8 bilhão.Já em relação ao acordo com a LLX para desenvolver o porto de Sepetiba, a Usiminas afirmou que não pretende firmar negócio, já que colide com os interesses da siderúrgica.Mercado de açoA empresa mostrou certo otimismo quanto ao mercado de aço doméstico. Com os estoques de janeiro já vendidos, a Usiminas foca suas negociações para os próximos meses com seus principais clientes, as montadoras.Segundo a empresa, não há pressão para redução dos insumos por parte das fabricantes, porém, com a perspectiva que o preço da matéria-prima utilizada arrefeça, a Usiminas espera uma queda no preço do aço para 2009.Em um apelo à história, os representantes relembram que desde 1990 foi realizado apenas um acordo para redução dos preços. Mesmo assim, os analistas esperam uma queda de até 50% nos preços aplicados, algo que deve afetar o lucro da companhia.Se o mercado doméstico pode não passar por ajustes, a Usiminas não pode dizer o mesmo para o mercado internacional, principalmente o norte-americano, onde as montadoras estão enfrentando uma das piores crises da história. Vale lembrar que os EUA são importantes consumidores de aço.Emissão de açõesDe acordo com a Usiminas, os especialistas da empresa estão avaliando uma possível listagem de suas ações no mercado internacional, que pode ser na Bolsa de Londres ou Nova York, matéria que deverá ser votada pelos acionistas no início de 2009.ConclusõesOs analistas saíram mais otimistas quanto ao futuro da Usiminas após a reunião, já que a empresa pretende aplicar medidas contracionistas para enfrentar a crise financeira e conservar o caixa. Entretanto, a equipe avaliou que a siderúrgica está muito otimista quanto aos resultados, não precificando em sua análise o fator crise.Neste sentido, o banco reiterou sua recomendação acima da média para os papéis ordinários (USIM3) da Usiminas, que é o favorito entre os pares nacionais, com um preço-alvo de R$ 48,90, garantindo um upside de 83% frente o fechamento de terça-feira (16).Para as ações preferenciais classe A (USIM5), os analistas reiteram sua recomendação Market Perform – em linha com o mercado -, com preço-alvo de R$ 42,40, revelando um potencial de valorização de 48% na mesma base de comparação.
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