Bolsas e moedas latinas registram queda acentuada
07/10/08
Por;Suzi Katzumata e Marina Guimarães
Agência Estado;As principais bolsas e moedas latino-americanas registraram acentuadas perdas nesta segunda-feira, derrubados pela forte aversão ao risco que assolou os mercados ao redor do mundo – incluindo os de commodities -, em meio ao pânico dos investidores em busca de um porto seguro para seu dinheiro.
Na Cidade do México, o peso fechou a 11,8185 por dólar – menor nível desde maio de 2004 -, comparado com uma abertura em 11,5780 por dólar e de 11,2335 por dólar no fechamento de sexta-feira. O pesou registrou a maior queda frente ao dólar em um dia desde a crise financeira de 1995. “O nível psicológico dos 12 pesos por dólar foi tocado e, então, o dólar recuou”, disse um operador local, que descreveu o mercado como “sem lei”.
O índice IPC, da Bolsa do México, chegou a despencar 9,9% logo cedo, mas depois moderou as perdas com ajuda de algumas compras especulativas e fechou com 21.749,13 pontos – nível mais baixo em dois anos -, em queda de 2.240,37 pontos, ou 5,40%. As ações de companhias de mineração e matérias-primas registraram as piores perdas no dia: Grupo Mexico -11%, Penoles -6,7% e Cemex -12%.
Argentina
Em sintonia com a queda mundial dos mercados, o índice Merval, da Bolsa de Buenos Aires, caiu 5,90%, ou 89,36 pontos, e fechou com 1.423,35 pontos. A bolsa portenha chegou a perder 11% logo após sua abertura, no final da manhã. No mercado cambial também houve uma forte repercussão da crise internacional e o dólar subiu dois centavos em relação ao fechamento da última sexta-feira, fechando em 3,21 pesos para a venda e 3,18 para a compra.
Na Argentina, a situação externa se somou às incertezas locais provocadas pela manipulação das estatísticas públicas, especialmente da inflação, e pelos problemas relacionados ao superávit comercial e fiscal. Com a queda das commodities agrícolas, o caixa do Tesouro começa a ficar comprometido porque a arrecadação, fortemente apoiada pelos impostos de exportações (as chamadas “retenciones”), será menor.
Chile
Em Santiago, o peso chileno caiu 3,2% e fechou a 585,40 por dólar, menor nível em três anos, de 567,50 por dólar na sexta-feira. Analistas disseram que o peso provavelmente vai testar o próximo nível de suporte do peso ao redor de 597,00 por dólar se os mercados de ações ao redor do mundo e os preços do cobre – principal produto de exportação do país – continuarem a cair nesta terça-feira.
O índice de 40 ações blue chips Ipsa, da Bolsa de Santiago, chegou a despencar 8% na mínima do dia, antes de fechar com 2.445,27 pontos, em baixa de 6,2% – maior queda em um dia desde final de setembro de 1998 em conseqüência da crise dos mercados da Ásia. Além dos fatores externos, também pesou no mercado chileno a queda do índice de atividade econômica mensal (Imacec) para uma expansão de 2,4% ao ano em agosto, de uma taxa de +6,2% ao ano em julho e de uma expectativa dos analistas +3,8 ao ano.
Colômbia
Na Colômbia, o peso colombiano caiu para 2.255,55 por dólar – nível de fechamento mais baixo desde 30 de janeiro de 2007 -, de 2.165,00 por dólar na sexta-feira. O índice de ações benchmark da Bolsa de Bogotá caiu 4,9% para 8.761,49 pontos, seu nível mais baixo desde 22 de julho, quando o índice fechou com 8.761,32 pontos.
Peru
No Peru, o índice geral da Bolsa de Lima derreteu 9,27% e fechou com 9.778,59 pontos – bem abaixo de sua máxima de 23.789,75 pontos registrada em 24 de julho de 2007. O subíndice do setor de mineração caiu 9,93%. As ações da mineradora Southern Copper Corp caíram 9,0% e as da Sociedad Minera Cerro Verde SAA despencaram 13,5%. As ações da mineradora de metais preciosos Compania de Minas Buenaventura SAA recuaram 6,2%, apesar da alta dos preços do ouro.
O Banco Central do Peru voltou a intervir no mercado de câmbio para conter a desvalorização do sol (moeda). O BC vendeu US$ 393 milhões, mas não impediu uma nova queda do sol para 3,071 por dólar, de 3,008 por dólar no fechamento de sexta-feira. As informações são da Dow Jones.
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