BHP pode comprar a Rio Tinto, diz Citigroup
08/05/07
São Paulo – As ações das mineradoras BHP Billiton e Rio Tinto fecharam ontem com forte valorização na Bolsa de Valores de Melbourne (Austrália), após comentários de um analista do Citigroup provocarem especulações sobre uma eventual fusão das operações das duas empresas. Segundo a nota divulgada pelo analista Clarke Wilkins, a australiana BHP Billiton, maior mineradora do mundo, já reúne as condições para assumir os 100 bilhões de dólares australianos (US$ 82,1 bilhões) necessários para adquirir sua concorrente Rio Tinto, com sede em Londres.
De acordo com o analista, o sólido fluxo de caixa da Rio Tinto também faz da companhia um alvo atraente para grandes fundos de investimento. Uma eventual oferta da BHP com financiamento de 50% e pagamento de um prêmio de 30% sobre o preço das ações da Rio Tinto poderia acrescentar mais de 7% ao lucro por ação da BHP em 2008 e 2009, disse o analista.
Um porta-voz da Rio Tinto evitou comentar as especulações, enquanto nenhum representante da BHP foi encontrado para falar sobre o assunto. Ontem, as ações da Rio Tinto fecharam em alta de 5,2% na Bolsa de Melbourne, ao preço recorde de 91,38 dólares australianos. As ações da BHP fecharam em alta de 3%.
Vale do Rio Doce
Uma eventual fusão entre os dois grupos faria com que a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) deixe de ser líder na produção mundial de minério de ferro e na negociação do preço de referência da commodity. Apesar disso, segundo analistas, a fusão não será prejudicial para a Vale.
Para o analista da Brascan Corretora, Rodrigo Ferraz, mais importante para a Vale do que a primeira colocação no ranking é participar de um mercado cada vez mais concentrado. ?Quanto mais concentrado o mercado, mais poder para quem está dentro?, diz Ferraz, destacando que a possibilidade de fusão entre a Rio Tinto e a BHP Billiton pode ser apenas especulação.
Em relação à liderança nas negociações do preço de referência do minério com as siderúrgicas, o analista da Brascan Corretora diz que a empresa formada a partir das outras duas também vai se posicionar a favor de uma alta dos preços, o que beneficia a Vale. O analista da consultoria Lopes Filho, Marcio Bernardo Pereira, ressalta que, embora o poder de negociação da empresa que ocupa a primeira colocação no ranking seja maior, ?a Vale tem um porte muito grande e não perderá participação de mercado?. A Vale estima produzir 300 milhões de toneladas de minério de ferro este ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (AE)
Agência Estado