Barro Alto terá mais uma nova mineradora
31/01/07
Sônia Ferreira
A Mineração Curimbaba, com sede em Poços de Caldas (MG), vai investir US$ 20 milhões, o equivalente a R$ 43 milhões, no projeto de extração e industrialização de bauxita, em Barro Alto, no Norte Goiano. Também naquele município a Anglo American vai aplicar US$ 1,2 bilhão (R$ 2,5 bilhões) na extração e industrialização de ferro-níquel.
O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) aprovou o plano de lavra da Mineração Curimbaba e o projeto de impacto ambiental já foi protocolado na Agência Ambiental do Estado. A expectativa é que sua tramitação e avaliação demore oito meses. Se aprovado, a previsão é de que a mina entre em produção em 2009, gerando 200 empregos diretos, na primeira fase, e 1,2 mil quando o projeto estiver todo concluído.
O diretor da mineradora, Arnaldo Curimbaba, disse que a empresa tem interesse em acelerar a implantação do projeto no Estado. No empreendimento de Poços de Caldas, em operação há 60 anos, já foram investidos US$ 300 milhões, o equivalente a R$ 645 milhões, mas a mina já trabalha no limite de sua capacidade e não tem mais como expandir. ?Daí o nosso interesse em investir em Goiás.?
Estudos
A reserva de bauxita de Barro Alto, pertencente à Mineração Curimbaba, está avaliada em 4 milhões de toneladas, com uma vida útil para 30 anos. Mas os novos estudos técnicos em andamento devem mostrar uma volume ainda maior, estimada em 10 milhões de toneladas. Quando a mina e a metalurgia estiverem em operação, possivelmente em 2009, a previsão é produzir 10 mil toneladas/mês de bauxita, das quais 70% serão exportados, principalmente para os Estados Unidos, Rússia, Argentina, Venezuela, países do Oriente Médio e da África.
A bauxita é um minério usado para a produção do alumínio metálico e da alumina, que por sua vez são empregados na fabricação de abrasivos, produtos refratários, cimento aluminoso, refinação de óleos, alumina ativada, sais de alumínio e outros. A Mineração Curimbaba é a maior produtora brasileira de bauxita. Responde por 70% do abastecimento do mercado interno. Seu principal produto é o proppant, um estimulador de postos de gás e de petróleo.
De acordo com o diretor da empresa, Arnaldo Curimbaba, a entrada da China na produção de bauxita provocou um excedente de oferta do minério no mercado internacional. Mas a expectativa é que a partir de 2011 ocorra uma demanda maior do que a oferta. Daí o interesse das empresas em acelerar os projetos para garantir o produto. Além da Mineração Curimbaba, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) também desenvolve pesquisas para explorar bauxita em Barro Alto. No Brasil, existem apenas três empresas que exploram bauxita não-metálica, entre elas a Curimbaba.
Ontem, Arnaldo Curimbaba e seus assessores Gabriel Warwick de Paiva Côrtes e Mário Uchoa vieram a Goiânia apresentar os planos de investimentos ao secretário de Indústria e Comércio, Ridoval Chiareloto, e ao superintendente-executivo da Secretaria do Planejamento, Humberto Tannús. Eles foram acompanhados pelo superintendente de Geologia e Mineração da SIC, Luiz Fernando Magalhães, e pelo presidente da Empresa de Desenvolvimento em Mineração (Edem), Luiz Antônio Vessani.
O empresário manifestou interesse em enquadrar o projeto de Barro Alto no Programa Produzir, que garante a prorrogação do pagamento de 73% do ICMS por um prazo de até 15 anos, e de conseguir financiamento com recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).
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