Bahia troca carro por pedra ornamental
05/03/07
De Salvador05/03/2007
A política de atração de investimentos privados do novo governo baiano não deverá ter o setor automotivo como foco principal. Na semana passada, as Secretarias da Fazenda, Planejamento, Casa Civil e Indústria e Comércio começaram as atividades de um grupo de trabalho que vai rever a política de benefícios fiscais.
Incentivos já concedidos estão garantidos, afirma o secretário da Fazenda, Carlos Martins. Segundo ele, novas grandes empresas serão bem-vindas. Mas, em vez de projetos que – em virtude de logística ou abastecimento de matéria-prima – acabam tendo de se instalar em grandes centros industriais, como o de Camaçari, o Estado priorizará projetos que tenham perfil para se instalar na região do semi-árido.
Biodiesel e pedras ornamentais, que têm necessidade de uso intensivo de mão-de-obra, estão entre eles. Do grupo de trabalho que foi montado passarão a fazer parte as pastas do Turismo, Meio Ambiente e Trabalho.
Mas o governo baiano ainda espera que o projeto que levou a Ford para o Estado receba mais investimentos. Segundo o secretário da Indústria, Comércio e Mineração do Estado, Rafael Amoedo, mais da metade do investimento de R$ 2,2 bilhões programado pela montadora no Brasil até 2011 será destinado à Bahia, que ficará, assim, com R$ 1,2 bilhão.
Em janeiro, quando anunciou a compra da montadora cearense Troller e seus planos para o país para os próximos quatro anos, a Ford informou apenas que os aportes no Nordeste seriam de R$ 1,8 bilhão.
O investimento na unidade de Camaçari será feito nas áreas tecnológica e de engenharia, afirma Amoedo. “Isso servirá para melhoria de processos, aprimoramento de produtos, mas investimento em engenharia normalmente é um primeiro passo para expansões”, diz ele. “Com esse investimento, é fácil supor um segundo passo.” Amoedo, no entanto, que não houve divulgação formal pela montadora de projetos de ampliação.
Carlos Martins, da Fazenda, diz que a Toyota já fez contato com o novo governo baiano para saber das condições para instalar no Estado a fábrica que planeja para o Brasil. As negociações têm ocorrido também com empresas de outros setores, diz o secretário. (PC)
Valor Econômico