Aurizona iniciará testes em mina de ouro no MA
10/02/10
A Mineração Aurizona, empresa controlada pelo grupo canadense Luna Gold Corp., iniciará, em fase de testes, na segunda quinzena deste mês, a produção na primeira mina de ouro do Maranhão, localizada no município de Godofredo Viana, no oeste maranhense. A empresa produzirá 3 mil quilos de ouro por ano (equivalente a 100 mil onças). A produção completa, na usina de beneficiamento do mineral será iniciada em março. Os investimentos no projeto somam R$ 100 milhões, entre pesquisas e obras, e gera atualmente 780 empregos diretos e mais de 2.000 indiretos.
A informação foi dada pelo CEO da Luna, James Bahan, ao secretário de Indústria e Comércio, Maurício Macedo, durante visita ao projeto, a convite da empresa, ao município de Godofredo Viana, dno início do mês. Durante a visita, Macedo conheceu as instalações do projeto e obteve informações detalhadas do gerente geral de implantação, Luiz Celaro, e do CEO da Luna Gold, James Bahan, sobre o funcionamento da mina.
O projeto da Aurizona é composto de uma usina de beneficiamento do mineral, uma barragem de rejeitos e uma lavra. A usina está em fase final de implantação. “A vida útil da mina é de 10 anos, mas novas pesquisas apontam para 15 anos”, disse entusiasmado James Bahan. A montagem mecânica da fábrica e a instalação de equipamentos estão em fase final.
A Aurizona tem uma área de 10 mil hectares (conforme a portaria de lavra, concedida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral), dos quais 500 hectares são explorados, no momento. A lavra (área de extração) é a céu aberto. O material extraído é levado até a usina de beneficiamento, onde entra em processo de moagem, tratamento químico e fundição do metal. A produção seguirá para uma indústria de refino em São Paulo e, de lá, para o mercado externo.
Tecnologia e segurança – A Luna Gold, sua controladora, é uma empresa envolvida na aquisição e exploração de ouro. Além do Maranhão, a companhia está investindo atualmente em uma mina de ouro em Cachoeira do Periá, no Pará.
Para Maurício Macedo, o projeto da empresa Aurizona é de grande relevância não só para o município de Godofredo Viana, como para o estado. “Para o município porque está levando emprego e renda para os moradores. Para o estado, por ser uma atividade que passa a ser explorada de forma comercial por uma empresa especializada com alto padrão de tecnologia e segurança. Isto é um marco na história do Maranhão”, avaliou Macedo.
Dos 780 empregados diretos que trabalham na implantação do projeto, 659 (84%) são de Godofredo Viana. O projeto abrange ainda os municípios de Luis Domingues e Cândido Mendes.
Com 640.093 km² de área, o município de Godofredo Viana tem 11.207 habitantes (estimativa 2009/IBGE) e uma renda per capita de R$ 65,12. O IDH é de 0,596 e ocupa a 70º posição no ranking estadual.
Só durante a fase de implantação, o empreendimento da Aurizona está gerando em impostos o total de R$ 13,5 milhões – estadual, federal e municipal. Quando entrar em operação, a previsão é de que sejam pagos R$ 12 milhões por ano, dos quais R$ 1,6 milhão ao município.
A 80 quilômetros do Pará, Godofredo Viana está localizado na microrregião do Gurupi, área considerada rica em minério de ouro. A exploração do mineral era feita, até então, de forma artesanal em garimpos. O processo da Aurizona emprega modernas tecnologias, além de critérios de saúde, de segurança e de controle ambiental.
Além de empregos e impostos gerados, a Aurizona realizou em Godofredo Viana algumas ações sociais como a melhoria de acessos de vias, construção de ambulatório médico e de centro de lazer, no Distrito de Aurizona, onde fica a sede da empresa, e reformou a escola e a biblioteca municipal.
Projeto teve início há 22 anos
O projeto de exploração de ouro da Aurizona, em Godofredo Viana, teve início em 1988, com as primeiras pesquisas. Em 2007 a Luna Gold comprou as empresas Eldorado Gold e Brascan Recursos Naturais S/A, passando a deter o controle sobre a lavra da Aurizona, no Maranhão.
“A Luna fez um estudo de viabilidade e comprovou que a mina era viável. Também investiu bastante em pesquisas e comprou os direitos de explorar”, explicou a diretora da Aurizona, Fernanda Zuim. Por questões de mercado, o projeto chegou a ficar paralisado e foi retomado no início de 2009.
A industrialização do processo de extração de ouro, segundo o superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Maranhão, Jomar Feitosa, além de contribuir para o desenvolvimento do estado, influenciando positivamente no IDH, emprega tecnologias modernas tanto para a produção, quanto para a segurança e controle ambiental.
A lavra da Aurizona, na região de Godofredo Viana, segundo Jomar Feitosa, tem potencial não só para a extração superficial – como será realizada no momento – como grandes possibilidades de extração subterrânea.
Também na microrregião do Gurupi, outro município com predominância de ouro é Maracaçumé. A empresa Jaguar está investindo em pesquisas, em uma área de 20 mil hectares, para explorar ouro. O projeto está estimado em R$ 300 milhões.
De acordo com o DNPM, a produção do ouro no Brasil tem como característica a bipolarização. De um lado, a produção industrial por meio de empresas organizadas e de outro, a produção garimpeira. As empresas atuam geralmente em depósitos primários, sob o regime de concessão de lavra, submetidas ao controle do estado.
O Estado do Maranhão