Aumenta demanda da indústria automotiva por aços de alta resistência
01/08/14
A indústria automotiva, que geralmente se encontra na linha de frente da inovação, vem estimulando cada vez mais a demanda por aços avançados de alta resistência no País e no mundo. O produto tem sido uma das principais soluções encontradas pela indústria siderúrgica para atender os requisitos dos clientes de aumento da segurança e redução do consumo de combustível e de emissão de poluentes.
Essas questões foram amplamente discutidas por renomados especialistas nacionais e estrangeiros no painel tecnológico `O futuro da segurança veicular no Brasil`, no último dia 22, durante o 69º Congresso da ABM – Internacional realizado até o dia 25 no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.
O indiano Debanshu Bhattacharya, diretor de pesquisa de produtos da ArcelorMittal, em Chicago (EUA), e um dos principais profissionais da siderurgia mundial envolvidos no incremento de aços para aplicação automotiva, abriu o painel.
Engenheiro, Ph.D, com pós-doutorado, detentor de dez patentes e cerca de 80 publicações em periódicos internacionais, D.B., como é mais conhecido, desenvolveu aços de fácil usinagem sem chumbo, incluindo os AHSS (avançados de alta resistência). No painel, falou sobre o uso desses aços em substituição aos convencionais para a fabricação de peças automotivas.
“Na ArcelorMittal estamos trabalhando diariamente no desenvolvimento dos aços de 3ª geração, que nos ajudarão a atingir as metas de segurança e preservação ambiental. Algumas linhas ainda encontram-se em escala piloto, mas muito em breve terão escala comercial e mudarão radicalmente nossa capacidade produtiva”.
Na verdade, segundo ele, o aço tem carregado mais inovação nos últimos 30/40 anos do que os telefones celulares. “Só que as pessoas não sabem disso”, afirmou.
De acordo com João Francisco Pereira, especialista de produto da Usiminas, a procura por aço de alta resistência desenvolvido pela empresa também tem crescido significativamente nos últimos quatro anos e deverá continuar atraindo a atenção do mercado nos próximos anos.
“Principalmente os aços AHSS estão ganhando espaço, devido a suas propriedades”, disse Pereira, defendendo que menos quantidade de AHSS é necessária para fabricar uma peça de automóvel, mantendo os padrões de resistência e segurança.
“Mais componentes de um carro poderiam ser construídos com aço de alta resistência, acarretando diminuição no custo do produto final, além de oferecer outras vantagens, como redução do peso da carroceria da ordem de 25%”, concordou D.B. Ele acredita que, em futuro próximo, fabricantes de automóveis que já usam este tipo de aços na Europa e nos EUA, como o Usibor fabricado pela ArcelorMittal, vão começar a utilizá-los em suas plantas brasileiras.
O painel contou também com a participação de Mauricio Centeno Lobão, gestor de cálculo da Vesta Engenharia; Marcelo Federici, responsável por Desenvolvimentos de Projetos Automotivos na ArcelorMittal Tubarão; Augusto César Lacerda de Oliveira, coordenador da Engenharia de Aplicação de Produtos e Soluções Inovadoras da CSN; Flávio Luiz da Silva, analista de projetos de P&D da Gestamp; Marco Antonio Colosio, gerente técnico de inovação tecnológica da Engenharia de Produto da GM; Romeu J. Daroda, coordenador geral dos projetos de pesquisa do Centro de Tecnologia Automotiva do Inmetro; e Ayrton Filleti, diretor técnico da Abal.
A 69ª edição do Congresso Anual da ABM faz parte das comemorações dos 70 anos da Entidade, cujas atividades encerram no dia 10 de outubro, com a entrega do Prêmio Inovação ABM.
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