ArcelorMittal fará aporte de R$ 8,7 bi para crescer no País
19/04/10
Atenta ao ritmo gradual de recuperação econômica pelo mundo, a ArcelorMittal está com os olhos voltados aos países em desenvolvimento, estratégia seguida desde quando a companhia passou por uma de fusão em 2006 e que começa a ganhar mais força neste período pós-turbulência. Um dos exemplos da confiança nos mercados emergentes, são os US$ 5 bilhões (R$ 8,7 bilhões na cotação de ontem) que o grupo pretende investir na ArcelorMittal Brasil dentro de até quatro anos – a cifra foi confirmada ontem pelo CEO mundial da companhia.
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“Enquanto nos Estados Unidos e na Europa esperamos chegar aos níveis de produção pré-crise, semente por volta de 2012, nos mercado em desenvolvimento observamos que isso já começa a acontecer”, comentou Lakshmi Mittal, presidente-executivo da ArcerlorMittal ao acrescentar que no Brasil “as fábricas trabalham a 100% de capacidade”, conforme disse à imprensa. Por outro lado, para o presidente da Arcelor, o País precisa garantir condições de atratividade aos investimentos, bem como em proteger o mercado local.
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O executivo afirmou que a intenção é crescer os negócios brasileiros por meio de unidades da própria empresa, sem a previsão de aquisições. Por outro lado, ele confirmou a existência de conversas com a Vale, no sentido de instituir uma possível parceria no projeto da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), negociação a qual o presidente ressaltou não terem ainda havido progressos. Ele contou que o grupo busca oportunidades no Brasil.
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A companhia estuda ainda a produção de itens acabados em sua unidade em Tubarão, onde expandiu em 50% a capacidade instalada para 7,5 milhões de toneladas por ano. Outra possibilidade é a de duplicar a produção de aços longo em Vega do Sul, que pode processar até 950 mil toneladas do produto.
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Outro forte foco da companhia é a ascensão dos negócios de minério de ferro, com o plano de aumentar a capacidade, conseguindo assim obter autossuficiência de 75% de minério, o principal componente usado para a fazer aço está com um preço na casa de 100% maior.
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Mittal falou que o atual modelo de negociação do insumo “vem trazendo preocupações ao setor”, uma vez que sistema de reajustes trimestrais desencadeará numa volatilidade não só as siderúrgicas, mas também aos clientes, conforme apontou. A ArcelorMittal é resultado de uma fusão entre a europeia Arcelor e a indiana Mittal Steel, empresa que foi fundada pelo atual CEO.
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Oportunidades
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Ontem, os executivos do Instituto Aço Brasil (IABr), divulgaram que o setor em recuperação, devendo atrair R$ 71 bilhões em aportes de expansão de capacidade, com a perspectiva de haja um salto de das atuais 42 milhões de toneladas para 77 milhões de toneladas possíveis de serem produzidas aqui, até 2016. Entre os fatores indutores, a área de infraestrutura terá um papel decisivo.
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“O cenário para o setor será positivo em 2010, com ótimas oportunidades surgindo por conta de projetos como o Minha Casa, Minha Vida”, disse Albano Chagas Vieira, diretor Superintendente da Votorantim Siderurgia, ao acrescentar os eventos da Copa e das Olimpíadas como impulsionadores dos negócios.
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Por conta das perspectivas positivas, a Votorantim amplia sua capacidade instalada voltada ao segmento. Prevista para operar em julho de 2012, a Siderúrgica Três Lagoas (Sitrel) é um dos atuais investimentos, resultado da parceria com o empresário Alexandre Grendene. Por lá serão produzidas 450 mil toneladas de vergalhão, com investimentos estimados entres R$ 160 milhões e R$ 180 milhões. O grupo também acaba de inaugurar uma fábrica em Resende (RJ), onde pode
produzir 1,7 milhão de toneladas de aços longos, anualmente.
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A Usiminas também segue a rota do incremento, ao informar que já mapeou oportunidades para construir mais de 2,4 mil casas populares com base em aço, com aportes calculados em R$ 105 milhões. A empresa apresentou os projetos ao mercado, durante o Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo.
DCI