Aquecimento na construção civil leva Holcim a cogitar a 5ª fábrica de cimento no Brasil
18/07/07
Grupo suíço prevê faturar R$ 1 bilhão neste ano O aquecimento da indústria de construção civil, aliado à estratégia mais agressiva de crescimento e conquista de participação de mercado, levou a multinacional suíça Holcim, líder mundial em cimentos, a iniciar estudos para construção da quinta fábrica no Brasil ou a ampliação das unidades existentes. As quatro fábricas da empresa localizam-se no Sudeste. Segundo o diretor comercial da Holcim Brasil, Carlos Eduardo Garrocho de Almeida, a empresa espera comercializar 3,8 milhões de toneladas de cimento neste ano, 18% a do que em 2006, quando vendeu 3,2 milhões de toneladas. O forte ritmo de crescimento deverá, desta forma, ocupar a capacidade ociosa das fábricas – hoje em cerca de 30%, na média – em dois anos. `Existe espaço para crescimento e nós vamos crescer. Por isso, precisamos investir. Já iniciamos estudos para ampliação da produção e tomaremos a decisão dentro de, no máximo, um ano`, afirmou o diretor. O grupo tem duas fábricas em Minas Gerais, uma no Rio de Janeiro e outra no Espírito Santo. Ele disse que, caso haja opção pela construção de nova fábrica, os investimentos mínimos a serem realizados seriam de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões. Os valores referem-se à construção de fábrica com capacidade para 1 milhão de toneladas por ano, volume de produção mínimo necessário para dar rentabilidade a uma fábrica de cimento, segundo informou o diretor. Com o aumento das vendas, a empresa espera encerrar este ano com receita líquida superior a R$ 1 bilhão no Brasil, crescimento de 20% frente a igual período de 2006, quando registrou R$ 863 milhões. A expectativa é crescer acima do ritmo do mercado, que deve registrar expansão de 10%. A empresa ampliaria sua participação dos atuais 8% para mais de 10%. Almeida explica que o crescimento acima do mercado será possível por meio da recente estratégia de fortalecer a marca da empresa no Brasil, principalmente no comércio varejista, que representa 70% das vendas da fabricante. Com investimento de R$ 5 milhões, a companhia colocou no mercado novas embalagens para suas marcas de cimento e iniciou uma ampla campanha publicitária.Marcas no paísPelo projeto, as marcas da empresa Ciminas, Paraíso, Alvorada e Barroso, que tem atuação em diferentes áreas da região Sudeste do Brasil, trarão em destaque a logomarca mundial da companhia. Além disso, os diferentes tipos de cimento passarão a ter nomenclaturas mais facilmente identificáveis pelos consumidores, como Ultraforte, Forte e Ultrarápido. `Em vez de pedir na loja o produto por especificação de norma técnica, que para a maioria dos compradores, como pedreiros, é indecifrável, optamos por nomes simples. Ultraforte são para construções pesadas, como vigas, colunas. Ultrarápido é para aplicações como reboco. São associações muito simples`, disse o diretor. Apesar da aposta da multinacional no mercado brasileiro, o setor passa há cinco anos por sérios problemas de rentabilidade. Entre 2002 e 2006, o preço da saca de 50 quilos de cimento registrou queda de R$ 16 para R$ 10. Além disso, insumos como energia elétrica, que teria dobrado de preço no período, e óleo combustível, que registrou forte alta em 2006, contribuíram para piorar a margem do setor. `Estamos operando no vermelho e não deveremos sair disso neste ano. Imaginamos, contudo, que possa haver recuperação de preços do cimento. Achamos que País está saindo de um ciclo desfavorável. A queda da taxa de juros tornou as aplicações em títulos menos rentáveis, o que deverá incentivar investimentos em fábricas, construção de imóveis etc. Isso aumentará a demanda por cimento`, afirmou.
Jornal do Commércio – RJ