Após fim de veto a `diamantes de sangue`, Zimbábue vende US$ 72 milhões em pedras legalizadas
13/08/10
O Zimbábue lançou esta semana seu primeiro grande leilão de diamantes desde que as pedras do país receberam, em julho, o certificado de que foram garimpadas da forma correta e que não são “de sangue”, como informa nesta quarta-feira a rede americana CNN. A venda dos primeiros 900 mil quilates de diamantes rendeu até agora US$ 72 milhões.
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No ano passado, o Processo Kimberley (KPCS), que monitora os “diamantes de sangue”, vetou a exportação de pedras preciosas originárias do Zimbábue depois que os militares tomaram os campos de exploração, em 2008.
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O Processo Kimberley determinou que a mineração ilegal de diamantes por tropas do Zimbábue estava levando a ataques contra civis e a derramamento de sangue.
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O Conselho Mundial de Diamantes liberou ainda, no mês passado, o Zimbábue a realizar duas exportações supervisionadas de diamante bruto em setembro.
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Defensores dos direitos humanos dizem que na região de Marange, no leste do Zimbábue e de onde saíram os 900 mil quilates de diamantes leiloados, soldados mataram 200 pessoas e submeteram a população, incluindo crianças, à escravidão.
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Segundo as regras de Kimberley, são chamados `diamantes de sangue` aqueles extraídos e vendidos por grupos rebeldes ou seus aliados para financiar conflitos armados que buscam derrubar governos legítimos.
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Os campos de diamantes de Marange foram descobertos em 2006 e estima-se que possam atender a um quarto da demanda mundial. A descoberta foi considerada a maior da África desde a de Kimberley, na África do Sul, há um século.
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“Diamantes de sangue” estão também no centro de uma polêmica que respingou na modelo britânica Naomi Campbell, que, no processo internacional contra o ex-presidente da Libéria Charles Taylor, foi considerada suspeita de receber pedras ilegais de Serra Leoa.
O Globo