AngloGold Ashanti:TI garimpando resultados
19/09/08
Por Fábio Barros, do COMPUTERWORLD
Publicada em 18 de setembro de 2008 – 00h00
Atualizada em 19 de setembro de 2008 – 08h56
Depois de um ano com foco na consolidação da infra-estrutura da AngloGold Ashanti, Pedro Augusto Mendonça de Oliveira prepara-se para rever planejamento estratégico.
A sul-africana AngloGold Ashanti é hoje a terceira maior produtora de ouro do mundo. No Brasil, que responde por 7% de sua produção global, as operações da companhia incluem a AngloGold Ashanti Brasil Mineração, subsidiária de controle integral e participação de 50% na Mineração Serra Grande, ativos adquiridos em 1998. Veja outros vencedores do prêmio IT Leaders 2008.
Por aqui, a companhia tem direitos minerais sobre 59,7 mil hectares em Minas Gerais, em unidades divididas pelas cidades de Nova Lima, Sabará e Santa Bárbara, nas proximidades de Belo Horizonte. Isso tudo gerou, em 2007, a produção de 317 mil onças de ouro, um crescimento de 31% em relação a 2006, quando a produção foi de 242 mil onças. Traduzindo: a subsidiária brasileira de AngloGold terminou o ano passado com lucro bruto de 88 milhões de dólares.
No suporte;à boa parte destes resultados, está uma equipe de TI composta hoje por 28 pessoas e dividida pelas áreas de infra-estrutura, telecomunicações, redes e help desk. É à frente desta equipe ? e mais 11 pessoas divididas entre a Argentina e a Colômbia, que Pedro Augusto Mendonça de Oliveira comanda as operações de TI da AngloGold Ashanti em toda a América do Sul.
E não tem sido pouco trabalho. Ao longo dos últimos doze meses, o executivo dedicou-se a uma série de projetos que correram em paralelo e devem suportar o crescimento da companhia nos próximos anos. ?Tivemos foco muito grande em segurança, com a implantação de uma solução de acesso à nossa rede e também de melhoria de nossa estrutura de Telecom, com o projeto de substituição do PABX por uma solução IP?, explica.
O sistema de telefonia IP, fornecido pela Cisco, inclui um projeto global da AngloGold, que tem a meta de ter todas as suas unidades unificadas. ?No futuro teremos uma grande nuvem de telefonia sobre toda a companhia. No Brasil, já estamos com todas as unidades integradas?, ressalta Oliveira.
Os dois projetos estiveram interligados por uma necessidade comum, uma vez que integraram e garantiram acesso seguro aos oito sites que a companhia mantém na região de Nova Lima. A interligação, inclusive, é feita por meio de uma rede própria, implantada e gerenciada pela própria área de TI da companhia. ?Foram projetos bastante complexos em razão da nossa estrutura de negócio. Você não abre uma mina aonde quer. Tem que levar sua estrutura até ela?, compara.
No lado da infra-estrutura de TI, Oliveira está em meio ao processo de virtualização de seu data center, que inclui a duplicação de dispositivos de armazenamento. Atualmente são dois, um em Nova Lima e outro a 13 quilômetros de distância, e o projeto tem o objetivo de melhorar a contingência dos sistemas. A meta é reduzir o número de servidores de 33 para 20.
Os projetos em curso abrangem também melhorias no atendimento ao usuário final, como a instalação de totens com computadores nas minas. ?É um projeto simples, mas de impacto. Nos totens o pessoal das minas pode consultar nosso portal de RH e também a internet. Esses totens hoje estão disponíveis para mais de mil funcionários da empresa?, explica.
Crescimento planejadoAlém das implementações de fato, Oliveira iniciou este ano várias revisões de processos em conjunto com as áreas usuárias, como parte do projeto de melhoria contínua do uso de ferramentas de TI, o que está sendo feito graças à estabilidade dos sistemas em funcionamento hoje na AngloGold. ?O projeto atende também aos requisitos de conformidade à lei Sarbanes-Oxley, uma vez que a empresa é listada na Bolsa de Nova Iorque?, lembra.
Para os próximos 12 meses, o executivo revela que a área de TI deve debruçar-se sobre a montagem de um novo planejamento estratégico, que vai incluir uma revisão detalhada de todos os processos de TI. O planejamento será feito por uma razão bastante simples: a companhia reviu suas metas de crescimento para mais e a área de tecnologia tem que estar preparada para suportar este crescimento.
?Até agora estávamos em uma situação estável. Com a previsão de crescimento agressivo nos próximos anos, temos que estar prontos, o que envolve um trabalho bastante complexo?, afirma Oliveira. Não por acaso, o objetivo da AngloGold é iniciar o próximo ano já com o novo planejamento em operação, o que deve incluir projetos que vão desde melhorar ainda mais a contingência de sistemas ? os servidores da companhia têm hoje disponibilidade de 99,97% – até a continuação da revisão dos processos das áreas usuárias, passando por soluções pontuais, como o teste de thin clients.
Tudo isso gerenciado quase que 100% pela própria equipe de TI da empresa – hoje, apenas os processos de impressão são terceirizados. Para dar conta de todos os projetos, Oliveira conta com um orçamento que, este ano, foi de 5 milhões de dólares. ?De todo modo, estamos em uma situação confortável. A empresa está muito bem colocada em seu segmento e isso se deve a uma série de melhorias que estamos fazendo há anos?, afirma.
Palavra de quem participa das decisões globais de TI da AngloGold. Como gerente de TI para a América do Sul, Oliveira integra o comitê global, formado por seus pares regionais (Estados Unidos, Austrália, Ásia e África do Sul). Juntos, eles encabeçam uma iniciativa corporativa chamada Global IT Governance, que define os padrões de TI a serem utilizados pela AngloGold em todo o mundo. ?Eu não administro a tecnologia, ela está disponível a todos. Eu administro pessoas e a melhoria continua que temos obtido nesses anos é decorrente da excelente equipe que compõe a gerência de TI da empresa?, conclui.
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