01/12/08

Cerca de 50 funcionários da S.A. Mineração de Amianto (Sama), de Minaçu, norte de Goiás, lotaram ontem o plenário da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara para representarem prova viva de que o uso controlado do mineral não prejudica a saúde. No caso trata-se do amianto crisotila.
Um dos exemplos é Silas Alves Gonçalves, há 26 anos lidando com o também chamado amianto branco. “Absolutamente, não tenho nenhum problema de saúde”, garantiu. Seu colega Raimundo Silva da Luz, 19 anos trabalhando com o mineral, repetiu a mesma informação. Raimundo é laboratorista, trabalha oito horas por dia, manipulando as fibras naturais do amianto crisotila. “Não tem pó em lugar nenhum”, acrescentou, referindo-se ao sistema de sucção da mineração.
l Disputa comercial
A presença dos trabalhadores, de lideranças sindicais, de parlamentares, e de um representante do Ministério de Minas Energia foi para debater em audiência pública dois projetos de lei que pretendem proibir o uso do amianto no País. Todos disseram que se trata de uma disputa comercial e não uma questão de saúde.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), ressaltando sua condição de médico ortopedista, disse que “a diferença do remédio para o veneno é a dose”. Ele afirmou que há empresas querendo “tirar do mercado o que é nosso, que tem preço menor, sem nenhuma base científica”, para colocar no lugar as fibras sintéticas. Para Caiado, “querem satanizar o amianto brasileiro para depois entrarem no mercado”. Ele diz que não tem dúvidas de se trata de uma “campanha” para tirar o “que Deus deu a nós, o amianto crisotila”
l Uso controlado
Quem compareceu à audiência pública pôde ver imagens de como é feito o “uso controlado” do mineral. A imagens mostram a utilização das fibras naturais sem danos à saúde do trabalhador e ao meio ambiente por causa da tecnologia industrial, da informação e do controle médico.
O presidente da Federação Internacional dos Trabalhadores do Amianto Crisotila, Adilson Conceição Santana, afirmou “está em jogo um mercado de mais de R$ 2 bilhões. São empresários que “querem impor a fibra sintética”. Um dos produtos mais conhecidos feitos com o mineral é a popular telha de amianto. “Nos últimos 30 anos não houve doenças provocadas pelo amianto”, afirmou o secretário adjunto de geologia, mineração e transformação mineral do Ministério das Minas e Energia, Carlos Nogueira da Costa Júnior. Ele frisa que não há nenhuma constatação que possa “forçar o banimento do uso controlado do mineral”.
Os projetos que proíbem o uso do amianto têm parecer favorável do relator, deputado Chico D?Ângelo (PT-RJ).

Jornal de Brasília