Alpa leva siderurgia para Marabá
03/03/11
A margem esquerda do Rio Tocantins, no perímetro urbano de Marabá, está sendo preparada para receber a Aços Laminados do Pará (Alpa). Capitaneada pela Vale, será a primeira indústria do novo núcleo produtivo da cidade, localizada a 485 quilômetros de Belém. A siderúrgica é uma investida da mineradora e dos governos paraense e federal para instalar em Marabá um polo metalomecânico. ?A ideia é de que o polo consuma o aço da Alpa para se desenvolver?, diz o gerente ambiental do projeto, Eloiso Araújo.
Segundo ele, uma fabricante de vagões está finalizando uma propostas para se instalar na região. A Alpa espera também atrair uma fábrica de cimento para consumir as 1,3 milhões de escórias (resíduo silicoso que se separa de metais ou minérios) que sairão de seus altos-fornos como subproduto.
A terraplenagem da área de 390 hectares emque a Alpa será instalada está em fase final. As obras do projeto, orçado em US$ 3,7 bilhões, começarão em junho deste ano. A conclusão está prevista para o final de 2013, quando a indústria terá capacidade de produzir 2,5 milhões de toneladas de aço por ano?sendo 1 milhão de chapas grossas para exportação e 1,5 milhão de bobinas a quente para omercado interno.
A siderúrgica deverá consumir anualmente 4,3 milhões de toneladas de;minério de ferro da Mina de Carajás. A ligação entre a mina e a Alpa será feita por um ramal ferroviário de 13 quilômetros que a Vale construirá interligando a malha da Estrada de Ferro Carajás (EFC) à Alpa, ao custo de US$ 125 milhões.
A siderúrgica também consumirá 1,8 milhão de toneladas de carvão mineral trazido de Moçambique pela mineradora. O insumo servirá tanto para alimentar os altos-fornos como para uma usina termelétrica com capacidade de gerar os 107 megawatts a serem consumidos pela Alpa.
Oprimeiro cliente da Alpa a se instalar no polo metalomecânico será a Aço Cearense, grupo controlador da siderúrgica Sinobrás. O grupo investirá US$ 637,5 milhões no projeto Aline. Com nome ainda provisório, a siderúrgica vai custar US$ 850 milhões, sendo US$ 212,5 milhões de aporte da Vale, que ficará com25% de Aline.
A unidade vai reprocessar as bobinas a serem produzidas pela Alpa. A estratégia em jogo para a Aço Cearense será aproveitar o domínio detido na distribuição de aço norte do país para substituir importações. ?Vamos substituir o aço importado pela produção própria?, diz o vice-presidente da empresa, Ian Correa.
Segundo o executivo, Aline deverá fazer produtos galvanizados, de aço a quente e a frio para construção civil. ?Estamos na fase de concorrência para compra de equipamentos e a obra com empresa nacionais e internacionais?, diz Correa. No caso da Alpa, a compra de equipamentos ficará com US$ 1,67 bilhão dos US$ 2,2 bilhões previstos.
Na nova siderúrgica, o carvão chegará pela hidrovia Araguaia-Tocantins dentro do complexo. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) fará o derrocamento de uma elevação rochosa no Tocantis chamada Pedral do Lourenço e a dragagem de bancos de areia no rio. Com isso, viabilizará o; canal logístico que servirá também para o Porto Intermodal de Marabá, orçado inicialmente em R$ 76 milhões.
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Brasil Econômico