Alcoa crê na viabilidade de projeto em Juruti
09/05/07
A Alcoa não acredita que a divergência com os Ministérios Públicos Estadual e Federal venha a inviabilizar o projeto de exploração de bauxita no município de Juruti, região oeste do Pará. Os dois poderes decidiram solicitar o cancelamento da licença de instalação da planta da mineradora após duas audiências públicas realizadas na região, no começo deste mês. Nos debates, a comunidade local se queixou de diversos problemas decorrentes da atuação da empresa, a maioria relacionada a danos ao meio ambiente.
O gerente geral de desenvolvimento do projeto Juruti, Tiniti Matsumoto, diz que a multinacional já solucionou os problemas apontados e que vai acatar a sugestão apresentada pelo coordenador do Núcleo de Meio Ambiente (Numa) do Ministério Público Estadual (MPE), promotor Raimundo Moraes, para criação de um conselho consultivo comunitário para acompanhar as obras e projetos contemplados nos 35 Planos de Controle Ambiental e na Agenda Positiva criada pela empresa e pela prefeitura de Juruti. Estão previstos, inicialmente, investimentos de R$ 80 milhões em projetos nas áreas de saúde, educação, cultura e infra-estrutura urbana e rural.
O impacto mais importante denunciado pela comunidade durante as audiências foi o de contaminação do lago do Jará e de igarapés que cortam a cidade com efluentes de esgoto originados dos alojamentos de funcionários. Estudos técnicos apontaram a presença de coliformes fecais no lago que abastece o município. Matsumoto admite que, em dezembro do ano passado, a estação de tratamento de esgoto dos alojamentos do porto do projeto transbordou com o excesso de chuvas. `Os efluentes, no entanto, já estavam tratados. De qualquer forma, a estação foi fechada e o tratamento do esgoto está sendo feito em outro local`, explica o gerente.
`Nosso licenciamento ambiental é conquistado diariamente. Os problemas detectados durante as audiências já foram solucionados e vamos provar isso no processo de renovação da licença`, afirma Tiniti Matsumoto. Apesar do otimismo da Alcoa, a mineradora corre ainda o risco de não se sair bem do embate com as organizações não-governamentais e com o Ministério Público, que contam com forte atuação na região.
O projeto Juruti prevê a construção de uma planta de extração e beneficiamento de bauxita com capacidade para processar 2,6 milhões de toneladas de minério ao ano. O investimento, de US$ 550 milhões, prevê a construção, ainda, de um porto, uma ferrovia e uma rodovia. A previsão é que mina comece a operar em agosto de 2008.
Amazônia Jornal