Alcan alega ser incompatível com a Vale e rejeita uma possível fusão
13/03/07
A canadense Alcan Inc, a segunda maior produtora mundial de alumínio, informou que não seria bem vinda uma oferta de compra da brasileira Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).?A Alcan e a Vale não são compatíveis o suficiente para uma fusão das operações das duas companhias?, afirmou ontem Richard Evans, o principal executivo da companhia (CEO), em entrevista à Business News Network, rede de notícias do Canadá. Evans repondia a pergunta sobre a especulação de que a Vale, a maior produtora de minério de ferro do mundo, faria uma oferta pela Alcan.
?Neste momento, não acredito que a Alcan precisa de um parceiro desta natureza. Existem sinergias limitadas que poderiam entrar em choque com uma ação como essa?, disse Evans. As ações da Alcan caíram 3,4% na Bolsa de Valores de Toronto no último dia 1º de março, depois que jornal O Estado de São Paulo, publicou, sem citar a fonte, que a Vale, sediada no Rio de Janeiro, poderia comprar a Alcan.
Atualmente, a Vale tem adotado uma estratégia agressiva de aquisições, buscando internacionalizar-se e diversificar seu portfólio. Entre suas recentes aquisições no exterior estão as produtoras canadenses de níquel Canico e Inco e a australiana AMCI Holdings Australia, que opera e explora ativos de carvão por meio de joint ventures.
De acordo com a analista Kelly Trentim, da SLW Corretora, no curto prazo a Vale não teria caixa para uma aquisição tão vultosa. ?Mas a companhia provou ter capacidade para buscar recursos?, diz, citando a compra da Inco como exemplo. ?Se antes do negócio perguntassem ao mercado se a Vale teria condições, a resposta seria a mesma. No fim, empresa conseguiu recursos mais do que suficientes para a aquisição. Inclusive, no final de 2006, refinanciou 86% do empréstimo-ponte em condições muito melhores e deve fazer um novo refinanciamento de 100% nos próximos meses?, conta. Procurada, a Vale afirmou que não comenta rumores de mercado.
Alumínio
A alta do preço do alumínio ajudou, em 2006, a elevar a receita da norte-americana Alcoa, a maior produtora de alumínio, para US$ 2,25 bilhões, a mais alta nos 118 anos da companhia. De acordo com a Aluminum Corp of China (Chalco), a maior produtora chinesa do metal, o alumínio pode chegar a US $ 2,80 por tonelada em 2007, ante os US$ 2,59 de 2006.
Bloomberg / DCI