AEB aponta salto na produção mineral no Pará
13/09/06
As mineradoras do Pará, em comparação com as de outros estados,;apresentaram o melhor desempenho de produção de minério de ferro em julho, com elevação de 22% no volume total. A informação consta de estudo apresentado pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) sobre o perfil da pauta de exportações. O trabalho mostra que há;forte concentração: 1.113 empresas (6,3% do universo exportador) são responsáveis por 89,1% do volume financeiro negociado no ano passado. Outro dado é que, destas empresas, todas com vendas ao exterior superiores a US$ 10 milhões/ano, apenas 37,2% são produtoras de manufaturados e 62,8% vendem commodities agropecuárias e minerais.
Esta última informação identifica uma tendência: em 2003, em estudo similar, a entidade mostrou que 55% da pauta eram commodities. Dois anos depois, quase 63% da pauta. A concentração em poucas empresas tem seu peso na definição dessa tendência, mas não é a principal razão para sustentar este rumo para o comércio externo brasileiro.
As empresas de capital nacional produtoras de commodities somam 87,2% das vendas externas feitas por empresas acima de US$ 100 milhões. Entre as multinacionais ocorre quase o inverso: 60,4% das vendas dessas grandes empresas são de manufaturas. Do universo exportado, 50,8% do total tem origem em empresas de capital nacional.;
A aparente;estratégica pela produção de commodities;já aparece na Pesquisa Industrial Mensal Regional do IBGE, que avalia a produção industrial por estado. São Paulo cresceu acima da média nacional e garantiu, em julho, o “crescimento suave da indústria” diagnosticado pela gerente de pesquisa do instituto, Isabela Nunes Pereira. São Paulo responde por 40% da produção industrial do País, e avançou 1,5% em julho frente a junho e 5% em relação a julho de 2005, bem acima do crescimento médio nacional nessa última comparação, que foi de 3,2%. E o Pará aparece com o maior salto: 22%.
A gerente de pesquisa observou que as regiões que apresentaram maior avanço têm predominância das exportações de commodities. O desempenho acima da média de São Paulo teve esta razão, uma vez que foi sustentado pelos setores sucro-alcooleiro, de suco de laranja e automobilistico.
A tendência pela exportação de commodities, que aliás atinge toda a América Latina, sequer aproveitou o bom momento da economia mundial. O Panorama da Inserção da América Latina e Caribe 2005-2006, divulgado;pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), concluiu que a região, inclusive o Brasil, não usou o cenário favorável na demanda e preço das commodities, desde 2003, para consolidar sua presença no comércio mundial. Especificamente no caso brasileiro, a Cepal prevê que o crescimento da quantidade embarcada em 2007 será de 8%, inferior aos 9% alcançados em 2005 e 2006. O relatório confirmou que metade do avanço das exportações ocorreu pela alta de preço de petróleo e minérios.