ABCP prevê aumento das vendas de cimento em 2007
17/01/07
SÃO PAULO, 17 de janeiro de 2007 – O setor de cimento, um dos principais termômetros da construção civil, espera vender 10% mais este ano, na comparação com 2006. A expectativa é da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) que revela, que no ano passado, a expansão foi de 8% sobre 2005. De acordo com levantamento do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, no ano passado, o Brasil produziu 36 milhões de toneladas do produto.
Para o gerente institucional da ABCP, Mario Willian Esper, o segmento de habitação deve ser o “motor da retomada do crescimento da construção em 2007”. “O pacote de medidas – lançado em meados de setembro, do ano passado, pelo governo federal – dobrou o volume do financiamento imobiliário. Isso já pode ser sentido pelo setor, mas deve refletir -se ainda mais neste ano”, destaca.
A habitação, segundo Esper, deve apresentar um salto muito grande, devido ao fato de o segmento fazer parte da lista de prioridades governo. Ontem, durante o anúncio de dados da Caixa Econômica Federal sobre moradias, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, revelou que Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) – a ser anunciado dia 22 – terá metas de investimentos para habitação e saneamento. Segundo ministro, a iniciativa visa a diminuir o déficit habitacional estimado em 7,9 milhões de moradias, que concentra (95%) famílias com renda de até cinco salários mínimos (R$ 1,75 mil).
As obras de saneamento, também, devem contribuir para a expansão do setor, na avaliação do dirigente. “Há uma demanda reprimida, pois não havia segurança jurídica para a aplicação dos recursos. Porém, com algumas mudanças anunciadas pelo governo, certamente teremos mais obras neste segmento”, disse.
Ele também destaca a construção e a manutenção de estradas, entre outras obras na área de transportes, como alavanca para a construção civil. “Como se sabe, é iminente a necessidade de melhorar a malha rodoviária, para isso, já sabemos que o governo pretende disponibilizar recursos da ordem de R$ 4,6 bilhões com o objetivo de melhorar o transporte”, disse. “Espera-se que isso realmente aconteça e que os projetos já aprovados possam ser executados”, completa.
Esper destaca a importância da União Nacional da Construção (UNC) – formada por empresário e representante de entidades de classe – que levou, em dezembro, ao ministro Márcio Fortes proposta de investimentos de R$ 206 bilhões no setor nos próximos quatro anos. “O setor da construção civil pode responder por 50% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro”, disse, fazendo referência ao compromisso assumido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a economia nacional irá crescer 5% neste ano.
Gazeta Mercantil