A Fiesp diz que não
02/12/08
Desde que a reforma tributária entrou definitivamente para a pauta de prioridades no País, há quase uma década, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) adotou um comportamento arriscado, ora diplomático no discurso, ora agressivo nas atitudes. No final do ano passado, ao liderar o movimento que derrotou o governo e exterminou a CPMF – e tirou R$ 40 bilhões/ano do cofre do governo -, a entidade deu uma indiscutível demonstração de força. De lá para cá, retomou o diálogo. Mas na quinta-feira 20, depois de quase levar uma rasteira no projeto de reforma tributária entregue à Câmara dos Deputados, em Brasília, a Fiesp voltou a mostrar os dentes. Pelo texto apresentado ao Legislativo federal, alguns setores da economia teriam de pagar mais impostos. “Isso é inaceitável. Não é possível que pessoas que foram eleitas para representar o povo tenham a coragem de propor aumento da carga tributária”, rebateu o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Naquele mesmo dia, ele mobilizou o comando da entidade e conseguiu adiar a votação para o ano que vem, e ganhar tempo para costurar alterações no projeto.
O setor mais afetado pela reforma tributária seria o de mineração. A Contribuição Financeira sobre Extração Mineral (CFEM) passaria de 2% sobre o lucro líquido para 3% sobre o faturamento bruto. “Isso é um absurdo. Quem for a favor do aumento dos impostos, se apresente e assuma essa postura”, reagiu Skaf.
Isto É – Revista