Uma eventual reação brasileira poderá elevar muito os preços de equipamentos importados dos EUA, essenciais para a mineração nacional, avalia o Instituto. No dia 21/7 Alckmin se reunirá virtualmente com mineradoras associadas ao IBRAM para aprofundar a análise sobre a situação. O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) está solidário com os esforços do governo e da iniciativa privada em buscar negociações com o governo norte-americano, a fim de prorrogar e até reverter a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA, que irão vigorar a partir de 1º de agosto. O IBRAM defende uma negociação diplomática, mas firme, com os EUA, de modo a evitar a reciprocidade tarifária, o que causaria mais dificuldades à mineração do Brasil. Foi o que disse Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM, em audiência, em Brasília, com o Vice-Presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckimin. Ele e o vice-presidente do IBRAM, Fernando Azevedo, apresentaram, nesta 6ª feira (18/7), a avaliação do setor mineral sobre os esperados impactos do chamado tarifaço. Segundo Jungmann, o Brasil precisa “tratar esta questão diplomaticamente, com firmeza, mas, sobretudo, procurando negociar saídas para o setor mineral”. Uma possível retaliação brasileira, que é um ponto de preocupação para as mineradoras, são as ações de reciprocidade, com taxação de importação de máquinas, que atingiria a aquisição de equipamentos de maior porte, tais como caminhões acima de 100 toneladas de capacidade de carga, escavadeiras e carregadeiras para estes caminhões, moinhos e outros equipamentos de grandes dimensões, com elevação de custos da ordem de US$ 1 bilhão por ano. Risco para balança comercial – Outro item a ser observado é que o tarifaço pode influenciar o comportamento da balança comercial brasileira, que impacta toda a economia, uma vez que o saldo entre importações e exportações de minérios (saldo mineral de US$ 34,95 bilhões) responde por expressivos 47% do saldo comercial total do Brasil (salto total US$ 74,55 bilhões), conforme dados de 2024. Geraldo Alckmin disse que pretende negociar com os EUA ao menos uma extensão do prazo para a entrada em vigor do tarifaço e, diante do posicionamento apresentado por Raul Jungmann e Fernando Azevedo, decidiu aceitar convite dos dois dirigentes empresariais se reunir online com mineradoras associadas ao IBRAM – responsáveis por mais de 85% da produção mineral – na próxima 2ª feira (21/7). Segundo Fernando Azevedo, o encontro servirá para aprofundar a análise da situação em conjunto com a iniciativa privada sobre os impactos esperados do tarifaço na indústria da mineração. “O setor mineral brasileiro é parceiro global em uma economia justa e aberta, e espera que as relações comerciais sejam baseadas na previsibilidade, no diálogo e no respeito mútuo”, diz Azevedo. Minério exportados para os EUA Os principais produtos minerais exportados pelo Brasil aos EUA são as pedras ornamentais, com US$ 711 milhões (46,5% das exportações para os EUA), minério de ferro (25,7%), ouro semimanufaturado (25,7%) e nióbio (10,6%). Estes serão os produtos mais impactados. Na audiência, Raul Jungmann e Fernando Azevedo entregaram
Leia mais