09/11/22

Compreender o que são barragens de rejeitos de mineração, como são construídas, o motivo da sua utilização e todas as suas características. Este foi o objetivo da terceira aula do curso online  “Mineração para Jornalistas”, realizado nesta terça-feira, 08/11. O curso gratuito é oferecido pela Universidade Corporativa da Mineração do Brasil (UNIBRAM), pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), e com o apoio da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Jornalista, clique aqui e saiba como participar. 

Paulo Cesar Abrão, geólogo da Universidade de São Paulo (USP), foi um dos instrutores. O professor iniciou a sua participação desmistificando alguns termos utilizados pela mídia, como barragens de rejeitos. Ele explicou, por exemplo, que existe uma diferença importante a ser compreendida. ‘Barragem de rejeitos’ é construída com rejeitos e ‘barragem de contenção de rejeitos’ é feita para armazenar o material descartado no processo de mineração. “Posso usar o mesmo termo para os dois? Sim, pode. Mas é importante que saiba a diferença, principalmente na produção de conteúdo jornalístico”, afirmou. 

Especialistas durante o curso “Mineração para Jornalistas”. Crédito: divulgação

O curso contemplou todo o ciclo de vida de uma barragem de mineração. “De modo geral, o objetivo foi trazer um conteúdo que aborda desde alguns conceitos iniciais de barragens que eu acho importante para entenderem quando redigem um texto ou fazem uma entrevista. Sobre disposição de rejeitos, abordamos desde o seu nascimento, como eles são produzidos, são gerados efetivamente e como são descartados. Também falamos sobre os tipos de barragens, os modos de eventual ruptura destas estruturas, o seu ciclo de vida, os fundamentos para a definição de uma barragem de mineração e a legislação”, ressaltou o professor. 

No setor mineral é fundamental o processo de gestão destas estruturas. “Para  as barragens e pilhas de rejeitos serem seguras, elas devem ser bem projetadas, construídas, operadas e bem fechadas. Ou seja, elas devem seguir esta linha de planejamento e gestão. Isso significa que uma barragem mal projetada corre o risco de romper. Se ela foi bem projetada, bem construída e está sendo mal operada, ela também corre o risco de romper. Se ela foi bem projetada, bem construída e bem operada, mas não foi fechada adequadamente, ela também trará problemas para a região”, avaliou o professor da USP. 

O diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do IBRAM, Julio Nery, abordou algumas características da legislação de barragens na indústria mineral brasileira. “Houve uma evolução gigantesca na legislação brasileira de 2015 para cá, principalmente a partir de 2019. É uma das mais exigentes do mundo e uma das mais modernas também. Existe um padrão global que foi construído para dar critérios de gestão, de projetos no mundo inteiro, com o objetivo de evitar acidentes com barragens. E podemos dizer que mais de 70% desse padrão estão de acordo com a legislação brasileira neste momento”, destacou. 

O curso também contou com a participação do professor João Carlos e do diretor de Comunicação do IBRAM, Paulo Henrique Soares. Participaram dessa terceira aula da segunda etapa do curso “Mineração para Jornalistas” cerca de 50 pessoas. No próximo encontro virtual, que ocorrerá no dia 22/11, especialistas vão debater sobre economia mineral e o mercado da mineração. 

O conteúdo estará disponível no site da UNIBRAM e no Canal do Youtube do Instituto Brasileiro de Mineração. 

Para quem perdeu os dois primeiros encontros virtuais ou deseja rever as aulas, acesse: 

Curso introdutório: https://www.youtube.com/watch?v=FO07L-oJOgw&t=6778s  

Aula 1 – Aspectos Tributários da Atividade de Mineração no Brasil 

https://www.youtube.com/watch?v=U8KXpFX7a6w&t=558s   

Aula 2 – Gestão Ambiental e ESG da Mineração

https://www.youtube.com/watch?v=xxI0ZtzkJbs&t=25s 

Leia mais sobre o curso

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