15/08/08

O cenário externo e a alta do preço das commodities metálicas favoreceram o mercado financeiro doméstico e levaram a Bolsa de Valores de São Paulo a fechar a última quinta-feira em alta de 1,04%, aos 55.138,35 pontos. Os destaques do dia no principal índice da bolsa brasileira foram empresas do setor de mineração e siderurgia. A ação mais negociada do dia, Vale PNA, teve valorização de 2,67%, fechando a R$ 36,51. Do total de R$ 4,116 bi do giro financeiro da Bovespa, 15,62% ficaram concentrados nas preferenciais, série A, da Vale. As ações ordinárias da mineradora brasileira também fecharam em alta, de 1,08% no dia, a R$ 42,20. No cenário externo, o dia começou com a divulgação do CPI (um dos dados mais importantes para medir a inflação americana) de julho veio 0,8%, quando a expectativa era que viesse 0,2%. O impacto desta notícia causou estresse nos investidores em Nova York. Os principais índices de Wall Street iniciaram o pregão em queda, mas logo voltarama subir depois da recuperação de ações de empresas do setor financeiro americano. A queda do preço do barril de petróleo também foi decisiva para o desempenho positivo da bolsa americana.Com a alta em Nova York e as blue chips valorizadas por aqui, foi um bom dia para o mercado local. O Ibovespa chegou a subir 2,11%, ao alcançar 55.725,01 pontos ao longo do pregão e a mínima foi a pontuação de abertura. O índice não operou em queda em nenhum momento do dia. A valorização do Ibovespa também aconteceu à revelia do comportamento das ações da Petrobras. Petrobras PN encerrou o pregão em queda de 0,92%, cotada a R$ 33,44, enquanto Petrobras ON caiu 0,85%, a R$ 40,90. “Os discursos do Governo em relação à exploração da camada do pré-sal no País têm desmotivado os investidores. No dia, com a queda do preço do petróleo, não houve chance para as ações subirem”, comentou Rafael Moysés, gestor de investimentos da Corretora Umuarama. Ainda entre as ações relacionadas a commodities metálicas, as ações de Usiminas PNA ficaram entre as três mais negociadas do dia, mas fechou em queda de 0,55%, cotada a R$ 56. A empresa divulgou o balanço nesta quinta-feira. Apesar do lucro maior em relação ao período similar do ano anterior, analistas disseram que o lucro líquido de R$ 860 milhões ficou um pouco baixo da média esperada pelo mercado, que era de R$ 1,014 bilhão. Na opinião de André Segadilha, gerente de análise da Corretora Prosper, no entanto, as expectativas continuam positivas para a empresa e o setor, dado a atual demanda por produtos siderúrgicos, além do bom posicionamento da companhia no mercado interno de aços planos.A valorização mais acentuada do pregão foi de Ultrapar PNMas a líder de alta foi Ultrapar com uma disparada de 7,3%, cotada a R$ 57,17. A companhia anunciou na quinta-feira a compra do negócio de distribuição da Texaco no Brasil, por R$ 1,16 bilhão. Na ponta oposta, a maior queda ficou com Lojas Renner ON, que recuou 5,76%, cotada a R$ 28,27. Para Rafael Moysés, da Umuarama, os investidores estão deixando suas posições compradas em ações do setor de consumo, para aproveitar o momento positivo das siderúrgicas.

Jornal do Commércio Brasil – RJ