Para manter acordo com Anglo American, Eike pagará prejuízos com operação da PF
31/07/08
A MMX, empresa de mineração do empresário Eike Barista, informou nesta segunda-feira que o acordo para a venda da IronX –empresa subsidiária que controla o projeto de minério de ferro Minas-Rio e o Sistema de minério de ferro Amapá– à Anglo American foi mantido mesmo após os problemas causados pela operação Toque de Midas, da Polícia Federal.
Depois da operação ter sido deflagrada, a Anglo American ameaçou desistir do negócio. Para que isso não ocorresse, Eike se comprometeu a pagar do próprio bolso os prejuízos que porventura a empresa tenha com a operação da PF.
“Em relação ao processo de investigação ora em andamento, Eike Batista ofereceu uma indenização pessoal, a qual não gerará qualquer obrigação adicional para a MMX, que cobrirá qualquer prejuízo eventual que possa vir a ser incorrido pela Anglo American como resultado da referida investigação”, explicou a empresa através de comunicado ao mercado.
Com o acordo, a transação deverá ser concluída em 5 de agosto. A compra custará cerca de US$ 5,5 bilhões –sendo que cerca de US$ 3 bilhões irão para Eike Batista.
Toque de Midas
No dia 11 de julho, a PF deflagrou uma operação chamada Toque de Midas, que realizou buscas e apreensões na casa do empresário Eike Batista e em mais 11 locais. A operação tinha como objetivo averiguar possíveis irregularidades em licitação envolvendo o empresário na concessão da Estrada de Ferro do Amapá para a MMX (de propriedade de Eike).
Uma investigação da PF apontou que o responsável por negociar o suposto direcionamento da licitação da ferrovia para a empresa de Eike também atuou como coordenador da arrecadação de recursos para a reeleição do governador Waldez Góes (PDT).
De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Eike foi a pessoa física que mais colaborou com o comitê de Góes: foram R$ 200 mil para apoiar a reeleição do governador.
Folha Online