26/06/09

IRILO JUNIORda;Folha Online, no Rio
O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse nesta quinta-feira que a mineradora vem atendendo clientes que optam por comprar fora dos longos contratos, no chamado mercado spot, e que vai vender minério de ferro conforme a preferência de seus consumidores. Ele garantiu que não faltará minério para a China, principal país importador dos produtos da Vale.
“Estamos pronto para o spot. Temos 12 navios sendo construídos na China, fora nossas encomendas. Entendemos que a opção por contratos de longo prazo é mais salutar para a cadeia de siderurgia, mas se nossos clientes quiserem o mercado spot, vamos atender`, afirmou, em entrevista coletiva na sede da Petrobras, após anúncio de parceria entre as duas maiores empresas do país.
Sobre a negociação dos preços dos contratos de longo prazo com siderúrgicas chinesas, Agnelli comentou que a Vale “está dando tempo ao tempo”, em função da mudança dos patamares e das condições do mercado nos últimos meses. Ele admitiu que a negociação em 2009 está mais demorada do que o habitual, devido a “algumas novidades e interferências muito fortes” no processo de fixação de preços.
“O que era uma coisa muito tranquila e previsível, com negociação direta entre fornecedores e compradores mudou um pouco, com a chegada da ideia de se criar um índice de preços de minério. Isso trouxe uma mudança de comportamento na indústria que muitos estranham”, observou, ressaltando que já acertou novos preços com clientes no Japão, Coreia e Europa.
Agnelli disse que a Vale vem trabalhando com reajuste baseado no patamar de 28,2% que foi concedido recentemente à ArcelorMittal.
“Esse é o preço que a gente entende que é o contrato de benchmark (no longo prazo). Se quiser continuar assim, entendemos que está firmado no mundo inteiro. Mas se o cliente quiser ir para o spot, amos para o spot”, destacou.
Para o executivo, a opção pelo mercado spot, no entanto, não é a melhor. Segundo ele, os contratos no curto prazo geram elevada volatilidade, o que não seria positivo, frisou, para o mercado siderúrgico chinês.

Folha de S.Paulo