Women In Mining Brasil: relatório aponta pequeno aumento na presença de mulheres na mineração
08/10/21

Painel “Indicadores WIM BRASIL – Lançamento do 1º relatório de progresso do plano de ação de avanços das mulheres na indústria de mineração
O lançamento do 1º Relatório de Progresso do Plano de Ação de Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração, realizado pelo movimento Women In Mining Brasil (WIMBrasil), marcou a mudança de postura da indústria mineral em relação à igualdade, diversidade e inclusão. Divulgado durante painel apresentado na Expo & Congresso de Mineração do Brasil (EXPOSIBRAM 2021), o documento trouxe dados novos, mas também deixou claro que ainda há um longo caminho a se percorrer rumo à equidade.
O levantamento é realizado com as empresas signatárias do WIMBrasil, que são avaliadas em quatro pilares: Estratégia e Oportunidades de Carreira, Ética e Autonomia, Desenvolvimento e Capacitação, Impacto Social. Para esta edição, participaram 16 empresas, embora já seja possível somar 26 associados no movimento, o que, segundo a presidente do WIMBrasil, Patrícia Procópio, é um fator que reforça o compromisso das empresas do setor em mudar a realidade. “Já temos cerca de 400 membros associados ao nosso movimento e 26 signatários”, comemorou.
Para saber mais sobre o que foi apresentado no painel assista à gravação no ambiente virtual da EXPOSIBRAM.
Embora seja clara a existência de uma intenção de mudança em prol da diversidade de gênero, os dados apontam uma alta tímida da participação das mulheres. De acordo com o relatório, apenas 15% da força de trabalho é feminina, o que representa uma alta de dois pontos percentuais na comparação com 2020. A presença delas em conselhos executivos é de 11%, e nos conselhos de administração, 16%. Segundo a responsável pela condução da pesquisa, Daniela Brites , da empresa EY, a mensuração é importante para dar clareza sobre quais ações precisam ser tomadas. “Os números retratam a importância de captação dessas mulheres no setor e o que a gente observa também é que há uma maior visibilidade em termos de diversidade de inclusão nos conselhos das empresas”, explicou.
A comunicação pública sobre a diversidade das empresas registrou avanços. Em 2020, 54% das empresas não apresentavam nenhum tipo de comunicação pública sobre o tema, enquanto 46% tinham esse tipo de abordagem. Em 2021, foi possível notar a formalização desse tipo de comunicação. Em 44% das empresas, a comunicação existiu e foi formalizada, em outras 44%, também houve, mas sem formalização. Apenas 12% não promoveram qualquer tipo de comunicação pública voltada para a diversidade.
Nos cargos de liderança, o estudo aponta que os esforços para a captação de mulheres para o setor mineral começaram a apresentar mudanças. Foram registradas 31% de contratações de mulheres para cargos de liderança e categorias de base, frente a 69% de homens para o mesmo tipo de vaga. A participação das mulheres em programas de desenvolvimento de liderança foi de 18%, por outro lado, apenas 10% das signatárias que participaram da pesquisa realizaram programas de capacitação com foco na população feminina.
Empenho das empresas
De acordo com Afonso Sartório, líder de metais e mineração da EY América do Sul, contratar mulheres é o certo a se fazer, social e economicamente. “E nós procuramos fazer esse desenvolvimento de diversidade e inclusão por mais de um motivo. Um que toca todos nós é o pessoal, porque é a coisa certa a ser feita. E, o segundo motivo, é a coisa certa a ser feita, do ponto de vista dos negócios. Pegando esse exemplo da diversidade, equidade e inclusão, associado às mulheres, são 50% dos cérebros, dos talentos”, explicou.

Afonso Sartório, líder de metais e mineração da EY América do Sul
Eric Duarte, vice-presidente de operações na Jaguar Mining, destacou o quão importante foi o processo de diversificação dentro da empresa e também sobre o papel de preparar os trabalhadores culturalmente para receber as mulheres. “A mineração de subsolo não era, até pouco tempo, um ambiente para mulheres. A gente começou a trazer mais mulheres e começou a se deparar com a vida como ela é. Passamos a perceber uma segregação e iniciamos um trabalho cultural. Revertemos a situação, mas a gente sabe que é um caminho ainda a seguir”, compartilhou. Eric indicou que com a entrada das mulheres, “houve mais resultados positivos e entregas muito mais consistentes”.
A diretora jurídica da Anglo American, Carolina Lobato, falou sobre as medidas adotadas pela multinacional, no sentido de ampliar a diversidade e a inclusão. As mulheres são 20% da força de trabalho da empresa, no geral, e a meta é alcançar 35% até 2033, segundo ela. “Cada ponto percentual é uma batalha, mas temos que trabalhar com eficiência e metas claras. A Anglo focou muito no plano de desenvolvimento da carreira das mulheres. E fizemos uma série de iniciativas”, contou.

Carolina Lobato, diretora jurídica da Anglo American
Para Ana Cunha, Diretora de Relações Governamentais, Responsabilidade Social, Comunicação e Relações Comunitárias da Kinross, é importante trabalhar na base para possibilitar oportunidades iguais às mulheres. “A gente precisa dar um passo atrás e pactuar na porta de entrada, que é antes da universidade. Existe um público que não vai nem chegar a essa porta de entrada e poder acessar um cargo de liderança. Ou seja, precisa-se atuar na mudança da base para que as pessoas não limitem o seu futuro pelo CEP em que nasceram”, defendeu. A Kinross criou um comitê de diversidade e realizou um censo interno para entender qual a situação da empresa em termos de desigualdade de gênero.
O Diretor de Compras América do Sul da RHI Magnesita, Marcus Magalhães, reforçou a importância da conscientização diária sobre o tema. “Percebemos que havia uma necessidade de dar voz não só as mulheres, mas ao assunto e à pauta. Hoje temos um comitê de diversidade global e local na América do Sul. E a gente percebe que a regional é um diferencial nesse momento”, diz.

Ana Cunha, Diretora de Relações Governamentais, Responsabilidade Social, Comunicação e Relações Comunitárias da Kinross
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