Webinar debate a mineração e as relações com a comunidades
19/08/21
A comunicação entre as empresas de mineração e as comunidades nas quais elas estão inseridas foi tema de debate na última 4ª feira durante a 6ª edição do Mineração &X Comunidades, evento virtual organizado pela revista Brasil Mineral.
Para Paulo Henrique Soares, diretor de Comunicação do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), a reputação do setor mineral melhorou muito nos últimos anos, após os dois rompimentos de barragens ocorridos em Minas Gerais. “Foram dois momentos extremamente complexos e que fizeram a mineração refletir e modificar questões operacionais e de segurança. Isso, obviamente, teve impacto na comunicação. Com isso, foi investido muito na forma de se comunicar com todos e, em especial, com as comunidades” disse.
Segundo o diretor do IBRAM, para obter uma melhor e mais participativa relação com as comunidades é preciso haver muito diálogo, saber escutar e trabalhar em conjunto. “Se isso não for a tônica do nosso processo de relacionamento, estaremos sempre em impasse entre nós e eles”, declarou.
Ele lembrou que a presença da mineração ocorre normalmente em locais muito isolados no Brasil, realidade que traz vários desafios, como a ausência das atividades básicas do governo na promoção da melhoria da qualidade de vida das comunidades. “Assim, a empresa entra em uma relação na qual possui um grande empreendimento, com volume de pessoas e recursos, porém em um território que tem carência de muitos serviços que deveriam ser responsabilidade pública. Desta forma, inicia uma relação que pode parecer para muito conflituosa, mas que na verdade é apenas uma questão negocial”, explica.
Ele esclarece que, para obter bons resultados é necessário que as empresas estejam dispostas a contribuir com o desenvolvimento dessas comunidades. “Quanto mais essas comunidades estiverem desenvolvidas e imponderadas, teremos um resultado final muito melhor”.
Para Lucila Ribeiro, gerente geral de Relações Institucionais e Comunicação da Nexa Resources, a comunicação com as comunidades é um instrumento para garantir a licença social para operar. “Essa relação é fundamental para o andamento do projeto. Precisamos ter transparência e estarmos realmente dispostos a escutar. Essa agenda precisa ser contínua. Estamos em um bom caminho, estamos evoluindo positivamente enquanto setor”, analisa.
Othon Villefort Maia, gerente Sênior de Comunicação e Relações Institucionais da AngloGold Ashanti, acrescentou que a comunicação em geral passa por um processo de transformação e a pandemia virótica acelerou isso. “Desde o início da pandemia houve um processo de aceleração digital para se comunicar com a sociedade e as comunidades. Repensamos todos os programas, inclusive de reuniões com as comunidades. Todos migrados para o online. E para a nossa surpresa, hoje temos uma taxa de participação até maior do que antes. Provavelmente, por criar uma facilidade na mobilidade, afinal, o digital te permite obter a informação na sua própria casa”, explicou.
Também participaram do encontro Sílvio Lima, diretor de Assuntos Corporativos, Pessoas e SSMA do grupo Appian Brazil, Raimundo Rocha, diretor-geral da Brasil 61, e Francisco Alves, diretor editorial da Brasil Mineral, que atuou como moderador do painel.