Votorantim Metais amplia área de zinco
09/06/08
A Votorantim Metais tem planos de se tornar a terceira maior produtora de zinco do planeta até 2010. Hoje, o braço de zinco do grupo Votorantim ocupa o quinto lugar no ranking mundial, com uma produção de 525 mil toneladas/ano do metal, atrás da suiça Xstrata. Paulo Motta, diretor da unidade de zinco da Votorantim Metais, disse que já foram investidos US$ 1,1 bilhão em aquisições de smelters de zinco nos últimos cinco anos, incluindo uma unidade nos Estados Unidos e uma na China.”Continuamos buscando oportunidades de crescimento nesta área através de aquisições e crescimento orgânico, pois queremos ser um concorrente global neste metal”, disse Motta. Hoje, o maior produtor é a Nystar, fusão recente de ativos de zinco da Unicor belgo-francesa com a australiana Zinifex. Além das aquisições, a Votorantim vai investir este ano US$ 150 milhões ou R$ 250 milhões em projetos greenfields, de novas minas, no Brasil e no exterior.A estratégia de internacionalização do grupo Votorantim no zinco começou na América Latina. Com duas minas e duas unidades em Minas Gerais, com capacidade de produção de 270 mil toneladas/ano do metal, a produção interna é voltada quase que totalmente para o mercado doméstico. O primeiro passo para a globalização da empresa foi dado em 2004, ao comprar por US$ 500 milhões uma unidade em Cajamarquilla, no Peru, com produção que este ano vai chegar a 160 mil toneladas de zinco. Até 2009 ela será duplicada para 320 mil toneladas.Há dois anos, a empresa voltou ao mercado externo adquirindo 25% da empresa peruana Milpo por US$ 100 milhões, tendo como sócios dois fundos de pensão e duas empresas locais. Em 2007, a Votorantim Metais entrou nos Estados Unidos comprando a USZinc por US$ 295 milhões. A empresa americana, que opera com reciclagem de zinco a partir dos resíduos das galvanizadoras, tem cinco unidades distribuídas pela Costa Leste e pela Costa Oeste e um escritório central em Houston, no Texas. Também é dona de uma fábrica na China, na cidade de Jiangsu, há uma hora de Xangai. A China hoje é a maior produtora de zinco do mundo, segundo Motta, com capacidade de produção de 12 milhões de toneladas/ano do produto. A unidade chinesa da Votorantim Metais começou a operar no início de janeiro. “O que nos surpreendeu na China foi a infra-estrutura da região de Shangshu, onde está nossa fábrica. O centro industrial onde estamos instalados tem rodovia de seis pistas e porto. Além disto, lá compramos a energia a US$ 80 o megawatts (MW) e, no Brasil, a energia não sai por menos de US$ 110 o MW. Nossa fábrica é suprida por gás natural e está na primeira fase de produção, devendo fabricar 16 mil toneladas de óxido de zinco para vender na própria China”. Motta espera que até o final do ano, a unidade chinesa esteja com produção toda vendida, pois a Votorantim Metais está finalizando a engenharia da fase 2, que vai duplicar a produção local de óxido de zinco para 32 mil toneladas em 2009 e mais 10 mil toneladas de pó de zinco, usado basicamente pela indústria química para produção de tintas e na indústria de mineração, para separação de metais. “Esta é uma excelente oportunidade de aprendizado para nós, que queremos ser um dos líderes da indústria do zinco”, disse Motta.A Votorantim, segundo o executivo, investe na alta e na baixa do zinco. Atualmente as cotações estão em queda por conta de aumento da produção na China. “Nesta faixa de preço não temos mais cobertura de custo marginal. Mas, o preço pode subir se a China não conseguir colocar este ano 4 milhões de toneladas de zinco no mercado”.Hoje, ela é a única empresa brasileira que produz o metal. E através da sua subsidiária peruana, fornece zinco para toda a América Latina. Este ano, o mercado interno brasileiro vem demandando mais zinco por conta do aquecimento da indústria automobilística. As siderúrgicas que fornecem chapas galvanizadas para as montadoras usam o zinco para revestir estas chapas contra a ferrugem. Para atender este mercado, a Votorantim Metais vai produzir 260 mil toneladas de zinco, das quais 100 mil toneladas devem ser consumidas na indústria do aço. Esta produção, porém, cresceu pouco ante 2007, quando foram consumidas 240 mil toneladas de zinco no país, das quais 95 mil foram para a siderurgia.Motta explica que prioriza o mercado interno e está preparado para atender à demanda das siderúrgicas. Porém, esta demanda está sendo menor do que o previsto porque estas empresas estão importando aço galvanizado, como é o caso da Usiminas e da Arcelor Mittal.
Valor Econômico