Valorização do níquel no mercado mundial em 2006 foi de 144%
11/01/07
O preço médio da tonelada de níquel saltou de US$ 6 mil para US$ 33 mil, no período de 2001 a 2006. Só no ano passado, a valorização do produto no mercado internacional foi de 144% – iniciou o ano sendo vendido a US$ 13.650 e fechou com valor de US$ 33.305 a tonelada. Com esse crescimento, o níquel se destacou como o mineral que teve a maior valorização no mercado internacional, seguido do zinco, estanho, chumbo, cobre, prata, alumínio, paládio, ouro e platina.
Segundo Alberto Rogério, consultor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), essa é uma notícia que beneficia o Pará, porque o Estado está entrando na era do níquel, com a implantação de dois projetos, um em Canaã dos Carajás e outro em Ourilândia do Norte. Juntos, eles vão produzir 150 mil toneladas do produto por ano. `Vamos entrar nesse jogo bem aquecidos, com o níquel em alta` avalia o consultor.
O diretor-presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, considera que a alta do metal no mercado internacional deve se manter em 2007. Ele também não descarta a possibilidade de uma nova valorização ainda este ano, devido aos vários usos que essa matéria-prima tem na indústria. `O níquel é estratégico porque está integrado a todos os setores`, considera Paulo Camillo. Dentre os usos do metal, destaca-se a fabricação de talheres, panelas e relógios feitos de aço inox, componentes de informática, CD?s, aviões, equipamentos cirúrgicos e odontológicos. Os celulares, produtos com vendas cada vez mais aquecidas no mundo, também estão entre os itens que utilizam o níquel como matéria-prima.
A grande demanda internacional que provoca a alta do preço do níquel vem especialmente da China, país que cresce 10% ao ano, e da Índia, que segue o mesmo caminho de crescimento. Atualmente, o Brasil produz entre 40 e 50 mil toneladas do produto por ano, mas, com a entrada dos projetos paraenses, essa produção vai chegar a 200 mil toneladas. Hoje, a maior parte da produção brasileira de níquel segue para o exterior. O que fica no Brasil é destinado a indústrias de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
O maior produtor mundial do minério é a Rússia, seguida pelo Canadá. O Brasil oscila entre a oitava e a décima posições, porém, de acordo com o IBRAM, o país tem chances de alcançar uma posição maior no ranking. `O país já é uma potência nesse setor. A mineração responde por cerca de US$ 11 bilhões do saldo total da balança comercial`, afirma Paulo Camillo Penna.
Com relação à vocação mineradora do Pará, as expectativas do diretor-presidente do IBRAM são também otimistas. `O Pará é um celeiro muito fértil, com uma gama muito diversificada em recursos minerais. Iniciamos com o ciclo do ouro, depois veio o alumínio seguido do ferro e do manganês.
O Liberal – PA