Vale segue otimista com demanda chinesa
01/06/11
RIO – A Vale segue otimista com o mercado chinês e acredita que as medidas tomadas pelo governo da China para conter o crescimento econômico e a inflação terão efeito apenas em atividades diretamente ligadas ao consumo e não na construção civil, grande demandante de aço. Apesar dos temores a respeito de um freio na economia chinesa, a mineradora brasileira garantiu que não há nenhuma sinalização de que a demanda por minério de ferro vai enfraquecer.
;”A gente não trabalha com esse cenário porque não há sinais de que isso vai acontecer”, afirmou o diretor financeiro da Vale, Guilherme Cavalcanti, lembrando que o primeiro efeito de uma desaceleração seria sobre o preço do minério de ferro, que atualmente está na casa de US$ 170 a tonelada no mercado spot (à vista). “Estamos vendendo todo o minério que produzimos e, se produzíssemos mais, venderíamos mais”, acrescentou.
;O executivo, que participou do Rio Investor`s Day, no Rio de Janeiro, ressaltou que o planejamento do governo chinês aponta para a construção de 22 novas cidades por ano, o que significa uma demanda constante por aço e, por consequência, por minério de ferro. Só para este ano a expectativa é de que 10 milhões de casas populares sejam construídas no país asiático.
;”Tem um certo freio no consumo para segurar a inflação, mas não é o que a gente está vendo na construção”, disse, apostando na manutenção dos altos patamares dos preços do minério.
;O diretor aproveitou para mostrar otimismo também em relação ao comportamento futuro das ações da companhia, que oscilaram desde o fim do ano passado por conta das incertezas sobre possível orientação política na mudança de comando da mineradora.
;Cavalcanti destacou que, desde que o presidente Murilo Ferreira assumiu o posto no lugar de Roger Agnelli, há pouco mais de uma semana, o comando da Vale deu diversas indicações de que não houve ingerência política, mas apenas uma alternância natural na presidência.
;”O Murilo é prata da casa e é uma excelente indicação de que não houve interferência política”, disse, apostando no aumento da procura dos investidores pelos papéis da companhia com as recentes indicações de que os investimentos serão mantidos pelo novo presidente.
;Cavalcanti também explicou que a abertura de capital da área de fertilizantes da Vale não está descartada, mas notou que a análise é diferente da que foi feita em 2009, quando a mineradora comprou a Fosfértil. Na época, a crise internacional havia criado a necessidade de busca por recursos para que os projetos na área de fertilizantes fossem à frente. De lá para cá, o caixa da mineradora cresceu de forma expressiva e uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) “não é fator crítico”.
;”Estamos olhando outros fatores críticos, como trazer novos investidores, e vamos colocar na balança para decidir, daqui a um tempo, se a gente vai ou não persistir nessa estratégia [de IPO]”, destacou.
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